Escrevo sobre o risco. Não estes que meu filho vem fazendo nas paredes e nos sofás, que os fazem sentir-se um herói, ou aquele município espanhol da província de Badajoz, que provavelmente nunca conhecerei e não conheceria se não fosse o google.; Muito menos do famoso risco país, que mensura com a régua dos outros, se o Brasil é bom ou ruim, para uma economia externa (sem duplo sentido, por favor). Talvez seja o de uma nova presidente ou denta, que me lembra alguma tia que não vejo a muito tempo, menos um presidente do Brasil, poderia ser o risco de enchente, que fim de ano enche de lama as casas dos que moram nas várzeas deste Brazilzão, e o máximo que o gestor faz é entregar panfletos pedindo para salvarem suas vidas e que deixem suas fotos de infância e suas geladeiras (com prestações a pagar) abandonadas (sem mencionarem para jogarem o papel no lixo depois), tem aquele de colar alguma coisa com super-bonder e não dar certo, o da gema pocar na clara, de decepção do esquizofrênico ao beliscar o azulejo, de acreditar no horóscopo, de andar de voadeira pelo rio negro em tempos de rio seco, de chegar tarde a banca e só restar o último jornal esmigalhado, que nem seria vendido e que só foi, pois você conhecia o jornaleiro, de o Corinthians tropeçar na reta final deste campeonato e perder o caneco (logo agora que eu já vinha abandonando o futebol para ver o humor negro do Doctor House), o risco de mais uma reforma da língua portuguesa e risco virar “riscô”, pra poder diferenciar dos outros riscos e não confundir os Chineses, que estudam português pra melhorarem as traduções das instruções dos produtos que aqui chegam a toda hora, deste blog expirar por falta de uso, de meu único seguidor abandonar-me, daquela moça que faz comentários em inglês e que provoca ciúmes na consorte desaparecer totalmente. Daquele casal, que todo dia depois do trabalho ficam juntinhos em frente ao computador, antes do adormecer, para lerem estas crônicas. E que só depois de lê-las por mais de uma vez, aí sim, repousam em suas camas, cingidos, ordeiros e felizes esperando o próximo dia, e é claro aos riscos que todo o novo dia lhes oferece.
Gilberto Granato, anda com as pernas e sem tempo.














O ser humano. Que tal? A única espécie conhecida capaz de criar o fogo, cozinhar seus alimentos, vestir-se, além de utilizar várias outras tecnologias. Só se esqueceram do pão com ovo. Pois o ser humano é o único que come pão com ovo.
Estava de chinelos. Dedos sujos à mostra, sujo mesmo! Daquele jeito em que ao redor das unhas fica tudo preto. Não deve sair mais não, só com especialista no negócio. Era visível que o chinelo não dava conta de manter a extremidade dos membros daquele animal terrestre limpa. Digo animal com eufemismo, por favor, pois o homem de chinelos e dedo sujo foi o que bateu no meu carro. Logo eu, que ando na linha, ou melhor, entre elas, sempre com o farol aceso, cinto, olho nos retrovisores e nos cruzamentos e prestes a chegar ao meu objetivo intacto: a capital. Pois foi em uma inofensiva reta, sem ninguém na minha frente, ouvindo um rock dos bons, que veio da minha direita este assombrado mamífero, forçando tarso, metatarso e aqueles dedos do pé sórdidos contra o acelerador de seu carro, vindo a colidir com a lateral do meu, susto meu leitor, dá um susto. A sorte, se é que podemos dizer assim. É que pegou principalmente no pneu, o que ajudou a repelir o bagaceiro chinelão e a não ferir por demais a lataria. Fomos a Polícia rodoviária federal fazer o BO (boletim de ocorrência) e o cidadão depois foi embora, sem pedir desculpas e sem a polícia federal o multar por dirigir sem calçado e ainda por cima com aquele tipo de pé.




Os astronautas dizem que lá de cima, o que se vê é mar. Tenho profunda admiração pelos que desafiam esta longa extensão de água salgada, que sabiamente resolvemos dividir em oceanos pra não virar bagunça. Quando digo desafio, não falo de pegar jacaré na beira do mar em época de ressaca, ou andar de banana depois de muitas cervejas no verão, mas de cruzá-lo em grandes distâncias e de preferência sozinho, alone, refletindo. Amyr Klink fez isto. De várias maneiras, começou de Santos a Paraty, depois veio da África em um “caiaque melhorado”, deu volta na Antártida, no mundo, só lhe restando ser astronauta para procurar águas nunca dantes navegadas.












