terça-feira, 22 de março de 2011

Conversa de escritores 5

- Osvald, é você?

- Não.

- Claro que é meu amigo! O que fazes sentado aqui na praça?

- Estou relembrando.

- Os nossos velhos tempos?

- Não. As mulheres que já tive Tô escrevendo um texto pro jornal.

- Maravilha, você lembrou da Nina, que pra conversar com a gente sempre encostava os peitos nos nossos cotovelos?

-Nunca beijei a Nina. No momento tô relembrando a Kenya, que me enchia de chupões no pescoço e depois desfilava com a minha inocência na rua. Já falei da Roberta que me suplicava beijos de vinte segundos, que até hoje não consegui entender porque, a Camila onde eu travava uma verdadeira negociação marroquina para ver até aonde os meus dedos podiam apalpar aquela seda toda, a Júlia que adorava suspirar no meu ouvido e o pior era que ela achava que eu gostava. A Verônica que não gostava de mim, mas na falta não vivia sem mim, a Sofia que adorava Chico Buarque e sexo no elevador de serviço, A Estéfani que colocava...

- A mão por entre as cuecas dos meninos, quando dançava música lenta.

- Não. Não era a Estéfani era...

- Era sim Osvald.

- Não era não, era...

- Não é ela que vivia de arco no cabelo e usava aquele perfume stileto?

- Gutemberg essa era a Gigi minha esposa.

- A Gigi por acaso tem pinta bem no meio da virilha?

- Gutemberg?

- Oi!

- Corre!

 
Arawãkanto'i Tapirapé

sábado, 5 de março de 2011

Conversa de escritores 4

                            - Osvald!
(...)

- Osvald!!! Aparece aí porra!

- Que que é Gutemberg.

- Preciso falar com você meu amigo é urgente.

- Que foi alguém morreu?

- Não é algo pior.

- Agora não vai dar não.

- Que é isto meu amigo, você nunca me deixou esperando na calçada.

- É... que... eu tô....

- Tá escrevendo! Perfeito Osvaldo deixa eu ler, abra a porta.

- Não, é que é algo diferente.

- É aquela biografia não é?

- Biografia agora só do Adorinan Barbosa depois que ele morrer.

- Mas Osvald, é que....

- È que o quê?

- É que o Adoniran já morreu.

- Porra Gutemberg, veio cá me sacanear de novo, me falar de defunto.

- Não, não meu caro é algo mais importante.

- Tá espera que eu já vou aí.

(...)

- Vai pode falar.

- Poxa Osvald tu nem tirou o pijama?

- Pra ouvir precisa de pijama Gutemberg?

- Tá é o seguinte: Tava na internet esta manhã e sem querer entrei num blog, que tem publicado todas nossas conversas, vamos processar este cara!

- Tá maluco Gutemberg!

- Que é isto meu amigo!

- Que é isto é que somos fruto da idéia deste cara deste blog aí. Se processarmos o cidadão nossa história acaba porra, será que você não entende isso não?

- Poxa eu só queria...

- Queria nada Gutemberg. Queria me sacanear achando que eu não sei das coisas, que não sou atualizado, me encaracolar oras.

- Abra pelo menos a porta meu amigo, deixa eu ler o que você está escrevendo, Osvald! Osvald! Pera aí...





Arawãkanto’i tapirapé