domingo, 24 de julho de 2011

A volta ao mundo em 124 dias

Estamos de volta! Diria um escritor com dupla personalidade. No meu caso, retorno meu abandonado leitor, juntamente com o joelho operado e a inflação. Esse negócio de muita explicação como se sabe é coisa de marido na corda bamba, de político com a corda no pescoço e dos saudosos da década de oitenta do tênis “bamba”, que não tem nada haver com muita explicação, mas coloquei pra fazer menção a “corda” e ao “bamba” do “corda bamba”. O motivo da pausa é muito claro (só para mim que já sei obviamente). Os leitores que me acompanham e me conhecem na primeira pessoa, sabem que luto por diversas causas e no momento, uma delas particularmente tem me tomado todo o tempo do mundo: a causa própria.



A causa própria, como diria aquele filósofo inglês (que não me lembro o nome agora) fala que qualquer pessoa que se dedica a causa própria é provida de alguma coisa que também não me lembro agora. Deu pra entender? Pois é. Isto é um exemplo clássico da causa própria, não se preocupe com quem inventou, escreveu, comprou um carro novo... Se preocupe com você, “você mesmo” diriam os mais desatentos da língua portuguesa. Poderíamos classificar também como um novo período da história a “Nova Renascença”, onde o berço do movimento se dá no centro do umbigo e não na Itália. No meu caso meu leitor, ele se dá bem no meio do joelho, bem ali entre os dois parafusos que o gentil médico me colocou, que segura um tendão que se esforça para fazer papel de ligamento, um dos últimos exemplos de lutar pela causa alheia da humanidade atualmente.



Durante este néo- período muita coisa aconteceu. Mas dúvidas persistem porque não. Afinal cadê o corpo de Osama Bin Laden? (que julgo estar sendo interrogado no Arizona) e cadê o pré-sal? (este sim julgo estar nas profundezas do oceano). Poderia buscar um motivo simples para esta ausência gravitacional, mas para todas estas perguntas as respostas estavam bem ali, naquelas cobranças de pênaltis do Brasil contra o Paraguai na copa América. Quando os nossos jogadores de futebol americano, ou melhor, do futebol sul-americano, isolaram aquelas bolas para fora do estádio (o Brasil cobrou quatro pênaltis e chutou os quatro para fora), para fora da Argentina, logo em seguida eles buscavam uma causa pra tremenda barbeiragem futebolística que não a vinda dos seus milionários pés: a marca do pênalti. Aquela grama esfacelada, aquela areia de Comodoro Rivaldavia esverdiada e aquele buraco típico de uma BR brasileira. Pois bem, meu preocupado leitor. Se esperavas uma resposta para o tempo perdido (ou não), aí esta: a marca do pênalti. Que já fica bem explicado, apareceu na TV, trocaram o gramado, o campeão vai ser outro time e a vida segue pra todo mundo.



Se algum dia você cruzar com aquele conhecido que não ti vê a tempo e o mesmo começar a fazer aquelas típicas perguntas de caráter pessoal, família, filhos, onde mora, das esquisitices... Pense na causa própria, responda que está tudo bem explicadinho lá na marca do pênalti. É infalível!





Gilberto Granato