sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O risco

Escrevo sobre o risco. Não estes que meu filho vem fazendo nas paredes e nos sofás, que os fazem sentir-se um herói, ou aquele município espanhol da província de Badajoz, que provavelmente nunca conhecerei e não conheceria se não fosse o google.; Muito menos do famoso risco país, que mensura com a régua dos outros, se o Brasil é bom ou ruim, para uma economia externa (sem duplo sentido, por favor). Talvez seja o de uma nova presidente ou denta, que me lembra alguma tia que não vejo a muito tempo, menos um presidente do Brasil, poderia ser o risco de enchente, que fim de ano enche de lama as casas dos que moram nas várzeas deste Brazilzão, e o máximo que o gestor faz é entregar panfletos pedindo para salvarem suas vidas e que deixem suas fotos de infância e suas geladeiras (com prestações a pagar) abandonadas (sem mencionarem para jogarem o papel no lixo depois), tem aquele de colar alguma coisa com super-bonder e não dar certo, o da gema pocar na clara, de decepção do esquizofrênico ao beliscar o azulejo, de acreditar no horóscopo, de andar de voadeira pelo rio negro em tempos de rio seco, de chegar tarde a banca e só restar o último jornal esmigalhado, que nem seria vendido e que só foi, pois você conhecia o jornaleiro, de o Corinthians tropeçar na reta final deste campeonato e perder o caneco (logo agora que eu já vinha abandonando o futebol para ver o humor negro do Doctor House), o risco de mais uma reforma da língua portuguesa e risco virar “riscô”, pra poder diferenciar dos outros riscos e não confundir os Chineses, que estudam português pra melhorarem as traduções das instruções dos produtos que aqui chegam a toda hora, deste blog expirar por falta de uso, de meu único seguidor abandonar-me, daquela moça que faz comentários em inglês e que provoca ciúmes na consorte desaparecer totalmente. Daquele casal, que todo dia depois do trabalho ficam juntinhos em frente ao computador, antes do adormecer, para lerem estas crônicas. E que só depois de lê-las por mais de uma vez, aí sim, repousam em suas camas, cingidos, ordeiros e felizes esperando o próximo dia, e é claro aos riscos que todo o novo dia lhes oferece.




Gilberto Granato, anda com as pernas e sem tempo.