
Nesta semana não teve jeito, tive que ir. Precisavam da minha assinatura. Não podia assinar antes, nem mandar por ninguém, fotografar e filmar o ato também não valia, tinha que ser eu. O descontento foi inevitável. Um dia antes, dor de cabeça, irritabilidade, estômago embrulhado por pouca coisa e reclamação aos quatro ventos. Facilitaram tudo para mim, disseram que não pegaria fila, que era só procurar o fulano, sem senha, bem rapidinho, não acreditei, mas tive que ir. Normalmente nestas situações quando tá tudo certo é quando tem mais chance de dar errado: O fulano vai almoçar, quem resolve agora é o ciclano, que é o mais antigo, que só aceita senha e adora atender idosos e conversar fiado, tá tudo lotado, não tem aonde sentar e tem sempre alguém reclamando e querendo que você concorde com a sua revolta. Era óbvio que ia dar nisto. Fui, subi diretamente ao local combinado, o segurança logo me advertiu: “tem que pegar a senha”, respondi que ia falar com o fulano e ele se conformou prontamente, opa! O negócio é quente, perguntei pelo fulano e de modo óbvio tinha dado uma saída, me encaminharam para o ciclano, comecei a ficar tonto, pensei em voltar, ciclano me recepcionou mal, tipo: “o que este jovem quer comigo?” sorte minha, que o beltrano do lado dele, era conhecido, melhorou as coisas e para surpresa minha, fiz duas assinaturas e fui embora rapidinho, fiz questão de cumprimentar os dois como velhos amigos. Fiquei bem-disposto, tinha acabado o trauma, estava livre para tentar de novo, afinal de contas as coisas mudam meu leitor. Tanto que me animei. Resolvi que hoje a tarde retornaria para fazer uma simulação da previdência, alterar os beneficiários, ver como andam as coisas pro futuro. Quando se vai fazer este tipo de coisa é evidente o resultado: mandam-te fazer pela internet, preencher uns formulários no site, dizem que on-line é tudo mais fácil etc... Mas notei que as coisas tinham mudado, já era hora de recomeçar, a confiança tinha voltado. Tomei um banho, coloquei os sapatos, ajeitei o cabelo, enchi o peito de coragem, peguei a chave da moto e inteligentemente deixei tudo pra lá e fui jogar na zaga da minha pelada!
Gilberto Granato, não é bobo não.
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