domingo, 11 de julho de 2010

Ah! A copa

Da vuvuzela e do Nelson Mandela. Da sogra conversando na hora do jogo e do churrasco queimando, das cunhadas que esquecem o dinheiro do bolão, da folga no trabalho e dos patrões que não gostam de futebol, dos foguetes e das preces ao céu, das unhas carcomidas e das compridas pintadas de verde e amarelo, dos que se fantasiam e ficam nas primeiras filas dos telões que transmitem os jogos na rua só pra aparecer na TV, da camisa cara e barata, dos cabeças de área e de bagre, das falhas na arbitragem e da pirraça da FIFA em evoluir as regras, da colômbia fora e da shakira dentro, ou vice-versa, dos efeitos não compreendidos da Jabulani (bola), da pomba gira inexplicável do Mick Jagger, das previsões certeiras e derradeiras do germânico polvo “pool” (polvo vive 3 anos ele tem 2 anos e meio) que deixaram nossos papagaios enciumados, daquela gostosona paraguaia que achou um lugar adequado para o celular (deu sorte), do grito de gol dos filhos, da teimosia e do mal humor do técnico Dunga, da experiência genética mal sucedida de Felipe Melo, do “craque” Cristiano Ronaldo que não parava de se olhar no telão e esqueceu de jogar bola, dos que juntaram uma boa grana e deram um tempo das consortes para se embebedarem nas vielas de Johannesburgo, da promoção do jornal de ir a copa que obviamente não ganhei, que terá um campeão inédito (escrevo antes da final), dos cartões de crédito e de débito, da ressurreição celeste, do show à parte na beirola do campo da Madona, ou melhor, do Maradona, das crônicas do Veríssimo no encarte da copa, da falta que vez um jogador da nossa seleção que pegasse a bola dentro do gol, quando a Holanda virou o jogo e corresse prontamente pro meio de campo e gritasse em voz alta pra todos: Vamos virar porra!


Arawãkanto’i Tapirapé
(Brasil derrotado pelos países baixos por 2x1 nas quartas de final da copa da África de 2010)

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