
Este candidato subiu um morro de Castelo (Creio que seja ainda o único morro geograficamente habitado da cidade) atrás de mais eleitores, nada de errado, afinal de contas é uma das várias provações que um vereador tem que passar – se expor.
Na subida estava junto com um líder comunitário. E ia de casa em casa se apresentando e deixando o seu santinho e o seu santo. Para quem sabe conseguir mais um importante e talvez decisivo voto. Durante a empreitada, ficou a observar um outro candidato que também estava fazendo a sua campanha nesta comunidade e ficou a “filmar” a sua abordagem a uma casa humilde, onde ouviu o seguinte diálogo:
- Olá, como é o nome da senhora?
- Dona Maria.
- Olá Dona Maria a senhora já tem candidato? (pergunta logo para não perder tempo)
- Não, estou ainda pensando (quer dar de esperta já falou a mesma coisa para uns 10)
- È! E o que falta para a senhora escolher um? (dando de bobo)
- De uma ajuda né, por aqui as coisas são bem difíceis! (já ensaiou a fala)
- É mesmo né! (mentira nem sabe como é a vida ali)
- Mas o que a senhora está precisando? (perguntinha boba novamente)
- De cinco sacos de cimento! (respondeu na lata)
- Mais isso eu posso conseguir para a senhora! (corrupto em ação)
- Á que bom! Iria ajudar muito aqui na construção nos fundos de casa (aceitando a propina)
- É só a senhora deixar a sua seção de votação que eu consigo pra senhora (cara de pau)
- Tá bom eu vou pegar o título. (malandra)
Dona Maria traz o seu documento eleitoral carcomido pelo desmazelo e pela ignorância e os assessores do cara de pau tomam nota, enquanto isto, seu filho, um jovem a cutuca pela barriga. Meu futuro vereador a olhar aquilo pensa, é mudo! Enquanto o procedimento segue, ele insiste novamente cutucando com mais força. O meu honesto candidato pensa, é surdo! A cena segue e o menino não para de cutucar a Mãe. O integro pretendente a câmara pensa, ele a está cutucando por não concordar com a atitude dela de vender o seu voto. Dona Maria já está marcando onde pegar os sacos de cimento e o menino mais uma vez já quase empurrando a Mãe insiste. O nobre cidadão de bem pensa, é o futuro do País. Este menino quer a todo custo convencer a sua genitora a não vender o seu voto.
É quando o meu escolhido e ético candidato ouve as palavras do pequeno queixando-se em voz baixa nos ouvidos da Mãe:
Mãe, não esquece de pedir a minha chuteira também!
Até daqui a dois anos!
Gilberto Granato
Um comentário:
Isso aí gil,
apesar deste tipo de atitude estar proibido ainda vemos muito disto. Imagina como é no interior do MT. Ouvi até um cadidato mais esperto dizer que vc tem que pegar com a mão esquerda e fazer a mudança com a mão direita, ou seja, votar em outro que não aquele que lhe deu propina.
fui..............
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