quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Campanha Eleitoral

Caro eleitor, como diria o saudoso Bezerra da Silva: Cego é aquele que não quer ver e Burro é aquele que não entende de política, portanto não quero levar fama de quadrúpede ou muito menos de quadrúpede com viseiras, então passarei a limpo o que me alvejou nesta campanha de “defeitos” e “envergonhadores” a eleição 2008 do município de Rastrelo - Espírito não Santo.

Logo de início já aviso que não terá senso de humor (se é que alguma coisa que escrevo tem). Não terá segundo turno (os municípios com menos de 200000 habitantes não tem). Não terá economia (Esta eleição custou 600 milhões de reais). Não terá piedade (até agora nenhum político me pediu voto de forma concreta ou sincera) e não terá dor (não recebi nenhum tapinha nas costas).

As regras estarão todas quebradas, afinal é proibida a propaganda eleitoral nas rádios fora do horário político e ouço as musiquinhas dos térmites candidatos a todo o momento. Não é permitido fazer propaganda por meio de outdoors, mas levantar dois bambus e colocar uma faixa suja vale. É extremamente vetada e antiética a compra de votos segundo a lei 9840 a “lei dos bispos”, podendo o candidato pagar multa de 15000 a 60000 reais, mas aqui na imundosfera encher o tanque de combustível semanalmente dos “bobeleitores” em troca de adesivos e cartazes de imorais de peruca e gel barato nos cabelos colados em seus carros e motos, pode sim senhor. Um conserto no muro, umas folhas de eternite, umas promessas ao pé do ouvido, um churrasquinho de fim de semana com muita carne de segunda e cerveja quente em troca de uma “forcinha” no dia 05 de outubro também é permitido. 50 reais para decorar os números do candidato a serem teclados na urna, com ou sem direito a fornecimento da seção de votação é o que mais tem e o pior não é ficção é tudo verdade igual ao filme o mágico de OZ! Dizem que quem não faz isso perde, vira telespectador da primeira fila. Que nojo! Meu amigo cauteloso e cuidadoso.

E olha que aqui na terra do nunca, ainda tem rua de terra, terra na rua, rua que alaga, alagadores de rua, rua nua, nua e crua, calçada sem calço, criança sem calço, sinal sem moral, falta de sinal, gente na fila, fila de gente, faixa que ninguém vê, rio assoreando, morro pegando fogo e muita gente com cara de bobo enfumaçado.

Já chega de buzinassos e carreatas mundanas cheias de gente à toa e interesseira, que fica que nem urubu na beira. Chega de abraços e beijos em velinhos nas campanhas para a tv, pois nem no jornal prestam a atenção para lê. Chega de inaugurar obra inacabada e pintar o meio fio com pincel de outra aba. Chega de publicitário paquiderme, fazendo o povo humilde chorar para sair bem na foto inerme. Chega, ou melhor, continuem a desmentirem as mentirosas pesquisas de opinião, pois o povo ainda é um bobão. Chega dos que do congresso dizem que tem apoio dos maiorais, seus bossais! Chega do lixo que tenho que pegar todo dia em frente à rua, que no lixão a céu aberto se acumula e amontua. Chega de Juiz pseudobaga, omisso e sem juízo, que só faz comer coxas de galinha deitado no piso. Chega de carros e casas vendidas pra letras corrompidas. De mentes arrendadas e mãos despreparadas e chega do arroz com feijão sem a carne da absolvição.

Quer saber não me procurem, estou com vergonha, eu não existo, vou pedir para todos contarem até dez e vou me esconder de toda esta gente que não quer dar o exemplo, ser exemplo. Só lhes restará ler o jornal e não poder reclamar da corrupção, de quem fura fila, dirigi sem carteira, de quem não diz obrigado, de aceitar calado o nepotismo e as fraudes públicas. Não reclamem dos sonegadores, ursupadores, dos torturadores, dos estupradores do dinheiro público e não se esqueçam de lembrar ao último corrompido, que de a descarga da consciência limpa no fim da tarde de domingo, para ficar tudo bem limpinho.

Quer saber vou-me embora para pasárgada – Lá sou amigo do Rei – Lá tenho a mulher que eu quero - na cama que escolherei...



Arawãkanto’i Tapirapé

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