domingo, 26 de outubro de 2008

De olho na caça

Que calor infernal fez hoje!
Groenlândia segura as pontas!

Após uma tarde sem sexo, sem mentiras e com videotapes, resolvi efetuar o meu último ato desta noite de domingo, por sinal bem esdrúxulo. Cortar o cacho de banana.

O meu pé de banana, minha bananeira, fica aqui mesmo em casa e me é generosa. Lembro do dia em que fiz a sua cova bem profunda, até onde meu braço não alcançasse mais, coloquei adubo, terra apropriada e a enterrei para a vida. Uma espécie geneticamente modificada conhecida como prata-mirim. É uma bananeira que não cresce muito e é bem fértil.

Após o plantio, fazia questão de mostrá-la com orgulho ainda pequena para todos os visitantes. Ela ainda miúda, despertava risadas do tipo: um pé de banana no quintal? Vai ficar pequena é? E quem vai cuidar? Esse cara não é normal. O tempo passou e hoje todo mundo acha docinho quando come, acha exótico ter bananeira no quintal, fazemos doces, doações e sobra até para os pássaros frutíferos. Todos adoram minha banana, ou melhor, minha bananeira.

Acabei de cortar mais um cacho, grande tem mais de 140 bananas e têm mais dois que daqui uns meses vão amadurecer. Cortei com precaução para me esquivar da nódoa, que já me manchou algumas roupas, deixei o arame pronto para prendê-lo lá no boteco, cortei, pesado pra cacete! E fui levando, gastando minhas últimas energias do fim de semana, pendurei com muita dificuldade, coloquei um jornal (classificados é claro) embaixo para neutralizar seus vestígios, sentei em um banquinho de jatobá do cerrado e fiquei a pensar com altivez as futuras doses de potássio que serão fornecidas para a minha família, agora o que era um boteco, virou uma mercearia, quem sabe amanhã eu também não compre uns pacotes de biscoito, umas mariolas, uns pirulitos...

Nesta de ficar olhando. O meu gato ximbico estava lá, deitado em cima da bancada exausto observando tudo. Hoje foi dia de banho com um novo xampu super clareador segundo o fabricante, mas não relatou nenhum efeito colateral do tipo leseira total. Engraçado o gato toma banho e é aí que ele se lambe mais, ele não deve gostar do banho, do cheiro do xampu, se bobear nem de mim, mas gosta da casa, disto tenho certeza.

Estava lá, deitado, rabo mucho, pupilas semi-dilatas, quando inesperadamente um belo grilo de tamanho diminuto e de um verde musgo aterrizou no chão. O gato prontamente ergueu a cabeça, dilatou as pupilas e seu rabo começou a dar umas sapecadas, típica de predador na espreita de sua caça. Prontamente tentei desviar a sua atenção com o tradicional psspsspsspsspsspss!..... Ele desviava sua atenção e me olhava, relaxava e o grilo sem saber do perigo que estava ao seu redor, dava outros pulos e ximbico já levantava as patas e já figurava posição de ataque, por sinal, foi ele o afugentador da fauna desta casa, os sapinhos coloridos sumiram, as mariposas também e os beija flores já não são tão (olha que junção de aos!) mais imaturos como antigamente.

E continua... psspsspsspss!.... e o grilo pula.... psspsspss!.. e o grilo dá mais um salto, até que resolvi apagar as luzes e me afastar do local, o gato fez o mesmo, cansou de tanto desvio de sua atenção, foi procurar um lugar mais macio e com menos gente chata como eu...

E eu? Sou o salvador da noite meu leitor, salvei a vida deste jovem grilo verde

Agora meu caro inseto, quando eu estiver precisando de sorte, lembra o que eu já fiz por você tá?

Boa noite.



Gilberto Granato

3 comentários:

Unknown disse...

Completando ou contrariando os adjetivos dados ao Ximbico, só para constar esse gato é muito do malandro: hoje pela manhã, como uma esposa muito prestativa, fui ao estúdio para tentar arrumar aquela bagunça e tentar exterminar as baratas que lá habitam. Pois bem, o inútil citado acima, estava lá, óbvio, deitado observando toda a movimentação, mas "ele" sem movimentação nenhuma. Foi quando ví uma barata e então, peguei-o e lancei-o encima dela, e o que ele fez????? Saiu correndo e o lugar mais perto que foi parar foi no sofazinho dele (ou melhor, que ele pensa que é dele). É muito vagabundo esse gato.

Anônimo disse...

Meu caro amigo Gildésio, guarda um pouco dessa banana prata-mirim pra mim. Em Novembro eu dou uma passada por aí e levo pra JF.
Abraços,

João Guilherme.

Unknown disse...

kariua não produz banana comprida como a de índio!!!!
tempapau uaçu.