terça-feira, 14 de outubro de 2008

Reforma da língua portuguesa

Vocês viram né? Nós Brasileiros não desistimos nunca mesmo. Ainda estamos nos esforçando para entender várias coisas como o imposto de renda, a previdência social, o aquecimento global, a queda da bolsa, o tucupi e a saída da Gloria Maria do Fantástico. E agora teremos que nos esforçar mais ainda para escrever o português corretamente (eu me incluo nesta lista). Pois a turma de sabichões da APCPLP (Academia Portuguesa de Complicações da Própria Língua Portuguesa), liderada por Portugal, tendo o Brasil como vice, resolveu mudar entre 0,5 e 2% do vocabulário Brasileiro, para nos absorter um pouco mais até que eles achem uma nova complicação, ou melhor, uma nova unificação.

O intuito da nova proposta de reforma é deixar mais parecida a língua que se escreve no Brasil, em Portugal e mais seis países. Assim, no futuro, todos esses países poderiam consultar um dicionário único. Que grande idéia! Quem deve ter gostado muito deve ter sido o senhor Aurélio Buarque de Holanda, que agora poderá expandir o seu império de dicionários para além das terras Brasilis. Dizem que teremos vantagens políticas, econômicas e culturais. Que beleza! Agora sim, com esta reforma, me sinto mais seguro em fazer minha sonhada viagem para a Guiné-Bissau! Vejam só, será que vão tirar também o hífen deste País Africano? Pois já tiraram do “contraregra” e da “autoestrada”, ih! Olha só! O computador tá querendo me corrigir sublinhando em vermelho as novas palavras. Ele pobre coitado, sabe menos que nós ainda.

Mas daqui pra frente, caro leitor, quando você se encorajar de ir “pára” ou “para” (agora tanto faz um ou outro) São Tomé e Príncipe e sobrevoar com a devida correção ortográfica “pelo”, “pêlo” ou “pélo” oceano Atlântico, não esqueça antes de levar uma “pêra”, “pêra” ou “pera” para matar saudade, pois por lá só vai ter mesmo mangustão e maqueque para chupar.

Agora se a viagem for para Macau, não se deslembre de retirar o acento circunflexo daquelas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados, pois eles já não crêem, lêem e vêem mais como antigamente, depois das tempestades de neve que assolaram o centro e sul do país em Janeiro e o terremoto de Sichuan em Maio.

Já em Moçambique a coisa tá diferente. Lá os acentos agudos (aquele grupo radical oposicionista do governo de Armando Emílio Guebuza) não aceitaram mais ditongos abertos de palavras paroxítonas. Ficou decidido após a “ideia” de um oposicionista em uma “assembleia” na cidade de Maputo.

A nova em Cabo verde, é que para ingressar no país de férias para um mergulho na ilha do sal ou simplesmente relaxar e curtir o carnaval na praia de Mindelo é obrigatório a inclusão do kit de inclusão ortográfica “K”, “W” e “Y” na sua bagagem. Para evitar crises diplomáticas, não custa nada!

O momento não é propício para ir para Angola. Pois a capital Luanda está de luto, pois uma das figuras mais simbólicas do mercado Roque Santeiro faleceu, isto mesmo, seu nome era “Trema” um dos fundadores dos grupos carnavalescos mais conhecidos da região a União Kiela e a Kazukuta.

Agora viagem boa é para portugal, com esta mudança toda, ficou extremamente fácil a comunicação e o entendimento por lá. Se você chegar às rascas, alugue um chaveco procure uma mulher besana e peça um broche de presente e tudo ficará “óptimo”, ou melhor, com a nova regra, tudo ótimo!

Entendeu? Nem eu.

Coisas de Nações de língua portuguesa!

Azeites!


Gilberto-Granato com hífen.