segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Adeus Pequim


Ou melhor, adeus Beijing, adeus Belarus (bielorússia), adeus Srbjia (Sérvia) e outros países que têm seus verdadeiros nomes realmente desvendados somente a cada quatro anos. Já tinha sido assim em outras olimpíadas com a Polska (polônia), Deutschland (alemanha), japan (japão)....

Toda olimpíada começa sempre pela aguardada cerimônia de abertura. Que é tão aguardada que na hora tem gente que cochila, aproveita o tempo para fazer as unhas, verificar as contas da casa, falar ao telefone, ajeitar uma tomada sem o parafuso etc... Isto porque ela demora muito! Então, é melhor fazer que nem nos desfiles das escolas de samba no carnaval e aguardar para ver o compacto devidamente editado depois (que me desculpem os figurinistas, os diretores de arte e os assíduos telespectadores de aberturas de cerimônia). Hoje lembramos nitidamente de como foi bonito ver aquele senhor, ex-atleta chinês, caminhando, ou melhor, voando com a tocha pelo estádio que culminou com aquele “raio de fogo” e acendeu a grande tocha. Mas daqui a quatro anos, mesmo que você discorde a grande maioria das pessoas não lembrará mais... Você lembra da abertura de Atenas? É como lembrar dos nossos vereadores eleitos, daqui a quatro anos (eu pelo menos me esforço).

A olimpíada é um indicador social, queira ou não queira, pois só faz esporte, quem come, estuda, tem moradia, transporte etc... O comitê olímpico internacional não classifica os países por ordem de medalhas, não existe classificação “todos são campeões”, mas os países (exceto hermanos Paraguai, Bolívia, Uruguai, Peru e outros que não ganham medalha nenhuma) fazem questão de classificar a seu modo. Criando uma autêntica forma de “guerrear em paz” com o resto do mundo. E ao final dos dezesseis dias avaliar nos meios de comunicação, com que “pernas atléticas” o seu país anda e achar respostas para os fracassos. Nós somos competitivos por natureza, fazer o quê?

Vi muitas coisas nas madrugadas destes jogos: O Wellison da Silva, do levantamento de peso do Brasil, pedindo desculpas ao País por não ter tido um bom desempenho? Wellison, o Brasil que pede desculpas a você. Por não ter lhe dado melhores condições de trabalho e vida. Já o Diego Hypolito, esse sim, aceitamos suas desculpas. Teve a turma do boxe lutando contra os juízes (vocês já viram que o técnico tira o protetor ensalivado da boca do seu lutador sem luvas, que romântico!). Ver a difícil vida da goleira do handebol recebendo inúmeras boladas furiosas. As “leonas” argentinas do hockey na grama deslizando seus patins e suas mini saias nos campos (porque o Brasil não engrena neste esporte?). Tive muita dificuldade em enxergar a “peteca” do badminton, talvez pelo sono ou pela fumaça da poluição chinesa na Tv. Teve o João Souza tomando uma “goleada” 15x4 na esgrima contra o japonês. Vi a bolinha sumir em um jogo de tênis de mesa e uma bela virada do Gustavo Tsuboi em cima de um canadense, perdendo por 20 a 16 (o jogo termina em 21). As meninas da ginástica artística do Brasil com seus olhos de “jabuticabas maduras”, distribuindo beijinhos entre si após cada apresentação, sem falar nos já conhecidos soluços e mais choros agora devidamente orientados no vestiário. Teve óleo, chuva e falta de vento “made in china” na pista dos velejadores e um bonito bronze das formosas desconhecidas da classe 470 . Bonito ver os jogadores de tênis sem a camisa com a marca dos patrocinadores e disputando terceiro lugar (por falar neles, por que muitos assopram a mão antes de receber o saque?). Os olhos embaçaram com líquido lacrimal as 00:19 em ponto com o hino nacional tocado pela vitória sem respirar do César Cielo na natação. O handebol está melhorando. O nosso atletismo parou? Não temos mais corredores? Lula cadê o PAC do atletismo?. O Futebol feminino mostrou ao contrário do masculino como se perde com honra. O vôlei vai muito bem obrigado. Gostei do esportivo bronze maduro de Ricardo e Emanuel. Não gostei do não esportivo bronze imaturo jogado fora pelo sueco na luta greco romana (seu sueco tem lugar para ela aqui no meu boteco, falou?). Natália Falavigna, que beleza! Maurren Maggi putz grila! (que nome) um centímetro! foi demais, que exemplo! A sua conquista mostrou claramente o que o esporte deve passar para as pessoas que é: A motivação e a superação para poder vencer.

A minha geração não viu o homem pisar na lua. Tá bom... vimos o robô “spirit” aterrisar em marte e tocar música capixaba. Mas tem feito maior, do que uma mulher saltar sete metros e quatro centímetros, um saltador em altura transpor dois metros e trinta e seis centímetros, um velocista correr cem metros em nove segundo e setenta e dois décimos?

Se eu fosse mais novo. Arrumaria um bom técnico (ou técnica) com “tino de campeão”, afinal os técnicos não ganham medalhas, mas amam e são campeões, seguiria a risca uma dieta balanceada, dormiria oito e meia da noite todo dia, não tomaria mais cerveja e nem comeria o escudiguim com feijão do boteco do bila e treinaria, treinaria, treinaria exaustivamente como um louco, só para desbancar em um centésimo de segundo este jamaicano abusado chamado Usain Bolt, só para acabar com aquela marra toda. E você Michael Phelps te deixaria em paz, pois você é um cara muito sem graça!

Até daqui quatro anos......



Gilberto Granato

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