domingo, 31 de agosto de 2008

A Missa


Parece que não foi bem uma Missa, destas com padre, com sermão grande e incisivo do Bispo ou padre e mais de uma hora de duração. Segundo minha esposa foi uma celebração da palavra (que nome lindo e inspirador) que é feita pelo diácono ou pelo ministro da eucaristia (pelo menos foi isso que eu entendi). Era o 22º domingo do tempo comum (mais foi no sábado), a cor litúrgica era o verde e tinha uma pequena homenagem aos catequistas.

Não tenho o costume de visitar a igreja regularmente (o último que conseguiu isto foi o Bispo Dom Walter Ivan quando eu trabalhava na diocese de São Gabriel). Quando vou é durante a semana e sem celebração alguma (apenas eu e Deus), pois esse negócio de igreja cheia com gente em pé, pessoas te reparando (típico de cidade pequena) e levantar e ficar de pé toda hora não me inspira muito, mas desta vez foi diferente. Sábado a noite em uma bonita igreja co-adjuvante, fica semi-cheia, você pode escolher um lugar com tranqüilidade e geralmente estão pessoas que também prezam pela calmaria e pelo anonimato.

Nos últimos tempos nas minhas conversas com São Francisco, ficou decido que eu iria a Missa com pelo menos uma freqüência quinzenal (que depois conversamos melhor e ficou decido entre o período de quinze e trinta dias) estava em dívida com esta promessa, mas logo no início da missa o “padre” moreno e de bigode que lembrava em muito alguns de meus tios, me tranqüilizou: Vamos agora cantar para pedir perdão a Deus de nossos pecados e de nossos erros! Perfeito! Era o que eu precisava para me sentir mais a vontade, aproveitei e pedi desculpas pelos baldes de terra que peguei na construção em frente, pela maneira grosseira que tratei o incompetente marceneiro, pelos erros de português, pelas faltas de pontuação e mais alguns “errinhos” do cotidiano.

No momento da homenagem aos catequistas. Lembrei que fiz minha catequese com uma senhora bem velinha lá na “rua do cinema” em Tocantins. E fiz sozinho, nas minhas férias escolares (a turma já havia feito e foi aberto esta exceção). Ao anoitecer, com a sinfonia dos grilos ao fundo, minha mãe me sentava nas cadeiras de uma espécie de cipó grosso na varanda da Professor Penido 574, eu já de pijaminha e com sono, para me cobrar a “salve rainha” devidamente decorada, como eu chorava! Dei em retribuição aquela senhora um aquário com um peixinho vermelho, mas tempos depois ela pegou seu elevador e entrou sem ser revistada no céu.

Os cantos foram bonitos não tinha a formação clássica do rock: baixo, violão ou guitarra e bateria, mas um coral e um violão, onde muitas das canções eram entoadas apenas com os recursos vocais e as mulheres protagonizando os cantos (são sempre as que cantam mais). É bonito ouvir o canto das mulheres, parece que elas foram feitas para cantar. Tinha uma senhora atrás de mim, que era a que liberava as cordas vocais com mais força na igreja, isto me fez lembrar das mulheres indígenas que em seus cultos soltam a voz com maestria, lembrando as músicas caipiras de raiz.

O pai nosso de mãos dadas é pulcro. Todos unidos pedindo a Deus pai, para vir a nosso vosso reino, para nos perdoar de nossas ofensas e nos livrar-nos do mal. E você faz isso dando as mãos a um desconhecido, que aperta sua mão com força em sinônimo de fé. Tudo isto se complementa com a “paz de cristo” onde você novamente dá a mão (ou empresta a mão?) a várias outras pessoas e lhes deseja o bem, a harmonia entre os homens, todos vivendo em comum.

O final da celebração também é aguardado, pois uma hora depois de levantar e sentar (penso nos velinhos) que é a parte que ainda não concordo muito. É hora de voltar para nossos lares mais serenos e apaziguados. Para daqui uns dias cometermos mais alguns “errinhos” e na próxima visita a igreja, claro, com fé e devoção, pedir perdão pelas nossas falhas.

Como é difícil ser Santo!

Fiquem com Deus.



Gilberto Granato.

3 comentários:

Anônimo disse...

Gil,
Muitos dizem que Deus tarda, mas não falha.Deus nem tarda e nem falha,Ele sempre chega na hora certa. Continuem trocando figurinhas em suas casas e tudo ficará bem melhor.
Beijo, Tia Gogoia.

Unknown disse...

Gil,
Muitos dizem que Deus tarda, mas não falha.Deus nem tarda e nem falha,Ele sempre chega na hora certa.Continuem trocando figurinhas em suas casas e tudo ficará bem melhor.Ele e você, você e Ele...
Beijo, Tia Gogoia.

Anônimo disse...

Gil, realmente é muito difícil ser santo, más eu acho que não é isso que Deus quer de nós, ele apenas quer que sejamos simples e puros de coração e se for possível dentro de nossas fraquezas, amarmos os nossos irmãos.Continue escrevendo assim como vc está que já estará fazendo sua parte.Estou adorando suas crônicas(mesmo que algumas eu não entenda muito bem).Te Amo de coração(mesmo que às vezes não pareça).Beijos.Sua cunhada preferida(pois, lógico é a única) Michele!!!!!!!!!!!