sábado, 13 de setembro de 2008

Invadiram o morro!


Depois do almoço o ar seco e o vapor quente desta massa de ar também quente, que está estacionada em cima de nós (com certeza lá não se cobra estacionamento). Tive a nítida impressão de que os seres humanos (eles novamente) estavam escondidos em suas tocas, mas aos poucos eles foram chegando...

Uns a pé, outros de carro, sozinhos, em bando, uns de chinelo, outros descalços, uns de boné, outros sem camisa. foram subindo o morro da formiga e rapidamente pegando linha, serol, papel do “tropa de elite” e soltando as rabiolas (sem duplo sentido por favor). Eram eles mesmos, os incansáveis pipeiros de Castelo, passando o tempo, a fome, a preguiça, a adolescência rebelde, a adolescência perdida, empinando dezenas de “losangos voadores” a mais de trezentos, quatrocentos.... quem sabe mais de quatro mil metros de altura, pau a pau com La paz. E assim como o nosso país vizinho, proporcionando problemas civis de grande proporção, no meu caso a constante falta de luz...

Semana de trabalho, com direito a falta de água na quinta-feira (e falta de banho), devido a forte influência da estiagem que já começa a incomodar, e muito! Chega sábado, você ainda faz a hora extra no serviço e quer chegar em casa descansar e colocar suas habilidades ou inabilidades paralelas para funcionar...

Mas aí, uma infame pipa desgovernada aterriza sobre os postes de alta tensão e no meio de um bela entrevista na Tv a energia vai embora. E pronto, a calma se esvai. Será que foi Estresse? Li hoje, que as classe D e E são as que mais sofrem os efeitos do estresse, A pesquisa foi feita avaliando a taxa de cortisol (hormônio liberado nestas ocasiões). Eu sou da classe V, de vermelho de raiva, de vai a....., de vai pra...... Deixa pra lá. Já tava quente, seco, com fumaça (algum pai de pipeiro colocou fogo no terreno baldio lá na rua) e agora sem luz. Pensei se não era melhor ter pelo menos a visita úmida do furacão "Ike" que anda lá pelo Texas afastando a ação do pipeiros americanos.

Liga pro gestor da luz, dá sugestões, tira os eletros das tomadas e paciência. logo, logo o Jipe com aquela escada gigante no teto chega. Que alegria! E não demorou muito, que eficiência, deveriam ganhar dobrado, triplicado, licença a paternidade de 6 meses, vale refeição na churrascaria e entrada gratuita no cinema com direito a pipoca. Eles erguem um grande pau (sem duplo sentido por favor), como se fossem pegar mangas e minutos depois...Eh!!!! A luz volta, o cortisol abaixa e você até faz uma carinhosa análise antropológica dos soltadores de pipa.

Pega pincel e tinta, com pitadas ansiolíticas de Bob Marley e MPB 4, e goles homeopáticos de um gelado suco de cevado e fica a ver sua esposa descobrindo no meio do caderno 2 o “Sudoku” (sem trocadilhos por favor) e notar que os japoneses é que têm razão em tudo que fazem. Inventam várias ciências e passatempos para manterem a calma e esquecerem dos pipeiros orientais, que por lá devem ter pipas de última geração. E não é que até uma brisa fresca, talvez vinda lá da península de Magalhães veio dar o ar das graças ou veio de graça?

Nada como uma pipa após a outra!



Gilberto Granato.

Um comentário:

Unknown disse...

No Pantanal falta água ( potável é claro) e aqui falta energia, não devido aos pipeiros pois nunca vi índio soltar pipa.
Quando os pipeiros ficarem mais velhos aí eles vão ver já que a pipa do vovô não sobe mais !!!!!