Parece que não foi bem uma Missa, destas com padre, com sermão grande e incisivo do Bispo ou padre e mais de uma hora de duração. Segundo minha esposa foi uma celebração da palavra (que nome lindo e inspirador) que é feita pelo diácono ou pelo ministro da eucaristia (pelo menos foi isso que eu entendi). Era o 22º domingo do tempo comum (mais foi no sábado), a cor litúrgica era o verde e tinha uma pequena homenagem aos catequistas.
Não tenho o costume de visitar a igreja regularmente (o último que conseguiu isto foi o Bispo Dom Walter Ivan quando eu trabalhava na diocese de São Gabriel). Quando vou é durante a semana e sem celebração alguma (apenas eu e Deus), pois esse negócio de igreja cheia com gente em pé, pessoas te reparando (típico de cidade pequena) e levantar e ficar de pé toda hora não me inspira muito, mas desta vez foi diferente. Sábado a noite em uma bonita igreja co-adjuvante, fica semi-cheia, você pode escolher um lugar com tranqüilidade e geralmente estão pessoas que também prezam pela calmaria e pelo anonimato.
Nos últimos tempos nas minhas conversas com São Francisco, ficou decido que eu iria a Missa com pelo menos uma freqüência quinzenal (que depois conversamos melhor e ficou decido entre o período de quinze e trinta dias) estava em dívida com esta promessa, mas logo no início da missa o “padre” moreno e de bigode que lembrava em muito alguns de meus tios, me tranqüilizou: Vamos agora cantar para pedir perdão a Deus de nossos pecados e de nossos erros! Perfeito! Era o que eu precisava para me sentir mais a vontade, aproveitei e pedi desculpas pelos baldes de terra que peguei na construção em frente, pela maneira grosseira que tratei o incompetente marceneiro, pelos erros de português, pelas faltas de pontuação e mais alguns “errinhos” do cotidiano.
No momento da homenagem aos catequistas. Lembrei que fiz minha catequese com uma senhora bem velinha lá na “rua do cinema” em Tocantins. E fiz sozinho, nas minhas férias escolares (a turma já havia feito e foi aberto esta exceção). Ao anoitecer, com a sinfonia dos grilos ao fundo, minha mãe me sentava nas cadeiras de uma espécie de cipó grosso na varanda da Professor Penido 574, eu já de pijaminha e com sono, para me cobrar a “salve rainha” devidamente decorada, como eu chorava! Dei em retribuição aquela senhora um aquário com um peixinho vermelho, mas tempos depois ela pegou seu elevador e entrou sem ser revistada no céu.
Os cantos foram bonitos não tinha a formação clássica do rock: baixo, violão ou guitarra e bateria, mas um coral e um violão, onde muitas das canções eram entoadas apenas com os recursos vocais e as mulheres protagonizando os cantos (são sempre as que cantam mais). É bonito ouvir o canto das mulheres, parece que elas foram feitas para cantar. Tinha uma senhora atrás de mim, que era a que liberava as cordas vocais com mais força na igreja, isto me fez lembrar das mulheres indígenas que em seus cultos soltam a voz com maestria, lembrando as músicas caipiras de raiz.
O pai nosso de mãos dadas é pulcro. Todos unidos pedindo a Deus pai, para vir a nosso vosso reino, para nos perdoar de nossas ofensas e nos livrar-nos do mal. E você faz isso dando as mãos a um desconhecido, que aperta sua mão com força em sinônimo de fé. Tudo isto se complementa com a “paz de cristo” onde você novamente dá a mão (ou empresta a mão?) a várias outras pessoas e lhes deseja o bem, a harmonia entre os homens, todos vivendo em comum.
O final da celebração também é aguardado, pois uma hora depois de levantar e sentar (penso nos velinhos) que é a parte que ainda não concordo muito. É hora de voltar para nossos lares mais serenos e apaziguados. Para daqui uns dias cometermos mais alguns “errinhos” e na próxima visita a igreja, claro, com fé e devoção, pedir perdão pelas nossas falhas.
Como é difícil ser Santo!
Fiquem com Deus.
Gilberto Granato.
Não tenho o costume de visitar a igreja regularmente (o último que conseguiu isto foi o Bispo Dom Walter Ivan quando eu trabalhava na diocese de São Gabriel). Quando vou é durante a semana e sem celebração alguma (apenas eu e Deus), pois esse negócio de igreja cheia com gente em pé, pessoas te reparando (típico de cidade pequena) e levantar e ficar de pé toda hora não me inspira muito, mas desta vez foi diferente. Sábado a noite em uma bonita igreja co-adjuvante, fica semi-cheia, você pode escolher um lugar com tranqüilidade e geralmente estão pessoas que também prezam pela calmaria e pelo anonimato.
Nos últimos tempos nas minhas conversas com São Francisco, ficou decido que eu iria a Missa com pelo menos uma freqüência quinzenal (que depois conversamos melhor e ficou decido entre o período de quinze e trinta dias) estava em dívida com esta promessa, mas logo no início da missa o “padre” moreno e de bigode que lembrava em muito alguns de meus tios, me tranqüilizou: Vamos agora cantar para pedir perdão a Deus de nossos pecados e de nossos erros! Perfeito! Era o que eu precisava para me sentir mais a vontade, aproveitei e pedi desculpas pelos baldes de terra que peguei na construção em frente, pela maneira grosseira que tratei o incompetente marceneiro, pelos erros de português, pelas faltas de pontuação e mais alguns “errinhos” do cotidiano.
No momento da homenagem aos catequistas. Lembrei que fiz minha catequese com uma senhora bem velinha lá na “rua do cinema” em Tocantins. E fiz sozinho, nas minhas férias escolares (a turma já havia feito e foi aberto esta exceção). Ao anoitecer, com a sinfonia dos grilos ao fundo, minha mãe me sentava nas cadeiras de uma espécie de cipó grosso na varanda da Professor Penido 574, eu já de pijaminha e com sono, para me cobrar a “salve rainha” devidamente decorada, como eu chorava! Dei em retribuição aquela senhora um aquário com um peixinho vermelho, mas tempos depois ela pegou seu elevador e entrou sem ser revistada no céu.
Os cantos foram bonitos não tinha a formação clássica do rock: baixo, violão ou guitarra e bateria, mas um coral e um violão, onde muitas das canções eram entoadas apenas com os recursos vocais e as mulheres protagonizando os cantos (são sempre as que cantam mais). É bonito ouvir o canto das mulheres, parece que elas foram feitas para cantar. Tinha uma senhora atrás de mim, que era a que liberava as cordas vocais com mais força na igreja, isto me fez lembrar das mulheres indígenas que em seus cultos soltam a voz com maestria, lembrando as músicas caipiras de raiz.
O pai nosso de mãos dadas é pulcro. Todos unidos pedindo a Deus pai, para vir a nosso vosso reino, para nos perdoar de nossas ofensas e nos livrar-nos do mal. E você faz isso dando as mãos a um desconhecido, que aperta sua mão com força em sinônimo de fé. Tudo isto se complementa com a “paz de cristo” onde você novamente dá a mão (ou empresta a mão?) a várias outras pessoas e lhes deseja o bem, a harmonia entre os homens, todos vivendo em comum.
O final da celebração também é aguardado, pois uma hora depois de levantar e sentar (penso nos velinhos) que é a parte que ainda não concordo muito. É hora de voltar para nossos lares mais serenos e apaziguados. Para daqui uns dias cometermos mais alguns “errinhos” e na próxima visita a igreja, claro, com fé e devoção, pedir perdão pelas nossas falhas.
Como é difícil ser Santo!
Fiquem com Deus.
Gilberto Granato.