quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Emprego dos sinais

Vou fazer uma crônica instantânea. A melhor de todas, vai parar em algum concurso, to pressentindo, no mínimo menção honrosa, olha só como vai ser o negócio.

Vou começar com um diálogo, sem me estender muito (ninguém lê texto grande, só amigo), no máximo uns oito travessões (se bem que diálogo prende o leitor), depois entro em um texto dissertativo, coloco umas vírgulas pra respirar e no final um ponto, não, não, melhor um ponto-e-vírgula, pra continuar a discrição logo em seguida. Aí no segundo parágrafo, deposito alguns exemplos de internet, depois dos dois pontos logicamente e talvez um ponto de interrogação para deixar um suspense. Suspense que nada! Quero mesmo é exaltar a minha idéia, vai ter três exclamações! Isto mesmo, quem manda na minha escrita sou eu carambolas!!! Descrevo mais algum ocorrido há anos, insiro meu comentário entre parênteses e coloco outro dentro (vai ficar ótimo), mas pera aí? Acho que vou precisar de um colchete? Sem problemas tem aqui de sobra no teclado do lado do enter. Mais um parágrafo pequeno (cuidado tá ficando grande) e coloco aquela palavra cheia de trocadilho, tipo as que o Agamenon faz no jornal aos domingos, e vai ficar entre aspas pra dar um tchan. E no gran finale, na cobertura da minha crônica campeã, reticências meu vocativo leitor, reticências... pra ficar infinito, ecoar nos pensamentos, sabe? tipo oito deitado.

Que beleza!

Agora só preciso de um assunto.


Gilberto Granato

Um comentário:

Unknown disse...

Muito boa falar da escrita com a escrita nos faz pensar no que fazemos quase que inconcientemente é a internet revolucionou a escrita principalmente para aquelas pessoas que utilizam muito msn eu tinha um funcionário de boa escola e boa "procedencia" que escrevia como falava em textos formais igual fazia no msn imagine se os textos nao tivessem pontuaçao