segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Dia D

Tomei uma decisão irrevogável, assim como aquele abstruso senador de bigode. Pois dizem por aí, que quem avisa amigo é! Então tomei uma dura irrevogação: vou abandoná-la de vez! Sim, de uma vez por todas, vou até colocar no “twitter” (assim que eu descobrir aonde fica) pra todo mundo saber. Mas não se preocupe meu irretocável leitor, não falo da consorte, falo da internet mesmo, tô achando que ela isola demais os seres humanos e compromete por demais os senadores de bigode. Veja só esta história que me veio, mas que deve acontecer em algum lar que tenha um eletrodoméstico destes e três filhos. O pai chega em casa do ganha-pão, com fome e cansado de dar duro pra fazer e criar a filharada, Cumprimenta o filho mais velho, que em resposta emite um som indecifrável sem tirar os olhos da tela. O outro mais novo faz o mesmo, só que muito mais abreviado, pois está de olho na hora em que o irmão vai sair pra tomar água e dar o bote na telona. E a filha? Tá na casa da amiga. Fazendo o que? No disgramado. Diz que é para estudar. Mas tem dois “amigos de turma” no meio (frase com amizade tem sempre duplo sentido). Trágico não?

A luz para a minha irrevogabilidade, veio hoje pela manhã ao ver um programa matinal. Meus olhos encheram de esperança ao assistir a turma dos “Amigos de aluguel”, ou se quiser sofisticar o troço apenas “personal friends”. Pelo que eu entendi é o seguinte: Você contrata um da turma e ele vai ao seu encontro, só vale local público (é irrevogável!), você decide quantas horas vai ficar com seu novo “amigo” e paga por hora, para ele ser o seu grande camarada. E não é barato não! Ter um amigo destes custa dinheiro. Vai que você vicia no amigo? Tira dinheiro da poupança, vende a cadeira da varanda, a vaga no senado pra bancar o amigo? Pega emprestado com outro amigo não muito amigo, ou chega ao fundo do poço e pede para o amigo ser seu amigo de verdade e não cobrar mais nada! Aí acaba a amizade.

Mesmo assim, continuo irrevogável. Quero um amigo só pra abandonar este microprocessador individual, que insiste em me afastar da convivência e a comprometer as Vossas excelências. Na hora que me vier alguma idéia frouxa para mais uma crônica, eu prontamente ligo pro amigo... mas pera aí? É melhor amiga. Aqui é interior, pode pegar mal esse negócio de sair com nego do mesmo sexo que ninguém conhece... Mas vem cá? Se for uma mulhé, vão achar que eu tô querendo pular a cerca elétrica (antiga cerca). Tá difícil ter um amigo de aluguel. Todo mundo acha que sempre tem algo por traz de uma amizade (Só confirmando que frase com amigo tem sempre duplo sentido).

Quer saber? Deixa pra lá. O senador de bigode mostrou que este negócio de irrevogável não vale nada, tá fora de moda, que quem manda é o presidente. Posso voltar atrás da minha decisão. Só não esqueçam de falar com o Aurélio que já pode mudar o seu significado no dicionário.

Bom eram os tempos em que...

O dito era feito.

E Amigos eram amigos e os negócios eram à parte!


Gilberto Granato, conhece a onça, mas não é amigo dela.

Um comentário:

Unknown disse...

A internet não tem jeito,
é irrevogável!!!
Veio para ficar.
Quem se distânciar
vai se alienar.
O negócio é se controlar,
e não se deixar viciar..
Se não deixar o Otto brincar
como que ele conseguirá namoradinha de aluguel!!!!!