quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mamadeira

Tava pensando em escrever sobre a mamadeira. Èh! Alguns objetos me fascinam, mas achei o tema um pouco esdrúxulo, porisso abandonei a idéia e continuei a vida. Foi aí que aconteceu o pior, ou o melhor dependendo da visão do leitor.

Tava lendo que ela foi inventada por um Russo que queria diminuir os choros de suas crias e a partir daí foi aperfeiçoando até virar o título aí de cima. Não patenteou. Na época URSS não permitia. O negoção foi se espalhando pelo mundo ajudando principalmente a salvar casamentos. Já usei, mas não me lembro, mas quando pensei em falar no assunto, era sobre a habilidade dos homens com este utensílio. Bem, quero dizer, homens modernos como eu, que trocam fraldas, dão banho, cantam músicas, fazem dormir (sem quantificar, por favor!) e mais uma centena de coisas que não cabem serem citadas agora.

Eu queria explanar a emoção da evolução na confecção de uma aí do título cheinha de leite. A primeira é aquela dificuldade, aquele desanimo, depois a evolução, a rapidez, tem hora que ela fica pronta até antes do choro, a mistura perfeita do soluto com o solvente, o encaixe preciso dos conectores, a proteção do bico, a temperatura ideal, o escaldamento ou esterilização como preferir e foi aí que o jovem pai pecou nesta tarde, mas antes um pouco mais de história...

Eu e minha consorte tínhamos comprado um esterilizador de mamadeiras de microondas. Uma inovação (na minha precoce visão). Prática, rápida, evitaria acidentes tava tudo uma beleza, até que ela foi ao pediatra. E esta tribo é muito complicada. São eles (principalmente os homens não modernos) os responsáveis por boa parte destas crianças cheias de mimos do século vinte e um, não podem fazer nada? E os filhos dos pescadores, dos índios, das tribos na Papua-Nova Guiné, dos esquimós, dos nômades do Himalaia? Como sobreviveriam a um pediatra? Bem, só sei que ele disse (sem explicar) para não usar o moderno esterilizador. Tudo bem, nós confiando na medicina moderna, aceitamos, escalda daqui, escalda acolá, opa cuidado! E a do título do meu filho, uma importada, anti-cólicas, anti-URSS, dada com carinho pela avó, vivia flutuando na água quente, até que nesta tarde fui repetir o rotineiro processo e me desliguei do mundo estava chegando a estratosfera de Vênus, quando senti o cheiro de queimado. Já era tarde! Já estava torrada, desintegrada, mas alguns minutos e a casa tinha ido embora, este computador também, ainda tentei salvar a panela à muito custo mas sem grandes resultados.

Meu filho gostava desta mamadeira (ou era eu?) e agora terá que se acostumar com outra, ele vai conseguir é jovem! Eu terei que me acostumar a fazer em outra, eu vou conseguir! Sou jovem, um homem moderno oras bolas!

Agora que a minha esposa vai descascar um abacaxi bem azedo em cima de um pobre homem moderno em evolução... Ah isto vai!!!

Acho que ouvi o barulho de alguém chegando...

vou me esconder....


Gilberto Granato

Um comentário:

Unknown disse...

Já vi que já sentiu a ira da "mulher moderna". ahahahha!