segunda-feira, 7 de julho de 2008

Terra do café


As lendas dizem que a descoberta do café surgiu através das observações de um pastor chamado Kaldi, que notava que suas cabras ao comerem certo fruto de uma planta, tornavam-se mais bem dispostas, isto aconteceu na Etiópia central de onde o café é endêmico e de onde nasceu para o mundo. O Pará foi o estado que trouxe a planta para o Brasil através da missão de um sargento que em viagem à Guiana Francesa trouxe a planta e assim se difundiu pelo o País, hoje tomando conta de todas as casas faça chuva ou faça sol, tornando o Brasil o maior produtor mundial deste aromatizado fruto.

Histórias a parte, no mês de maio, no dia nacional do café, ao ler o jornal achei muito conveniente ir visitar uma cidade no sul do estado chamada Brejetuba, onde seria realizada a 1ª Festa do Café, veja bem a primeira!, hoje em dia é difícil conseguir participar de alguma coisa pela primeira vez, então me enchi de desbravadorismo e fui a Festa com minha esposa e sua mãe ciente que seria um feito histórico!

Brejetuba tem seus 13.000 habitantes e é o segundo maior produtor de café arábica do Brasil, vai saber como? ao chegar me deparei com um bucolismo que me fez lembrar Tocantins quando era criança, em plena festa mau se ouvia o barulho de conversa das pessoas, nenhum carro de som atormentando e uma razoável dificuldade em se conseguir uma cerveja, gelada então nem pensar!, apesar do clima bem ameno. Quem realmente não teve do que reclamar, foi o senhor que vendia pipoca eu e xibé ficávamos calculando quanto aquele bom brejetubense lucraria com a respeitosa festa, pois a coação era tanta para um milho estourado, que o nosso amigo já perdia a conta do troco. Deu pra dar uma volta a pé pela cidade sem perder a festa de ouvido, visitar a praça, observar as casas sem grades, os cachorros vira latas e o orgulho no semblante das pessoas que talvez se sentissem recompensadas pelos esforços de um ano na lavoura.

Mas amigos o melhor ainda está por vir, a maior xícara de café já feita neste mundo tinha sido no panamá em 2007 e tinha 2840 litros de café e Brejetuba resolveu quebrar a banca e fazer uma com 3500 litros, sendo que para isto foram necessários 300 kilos de pó de café, que eram despejados em um imenso coador, que devia ter uns 2 metros de diâmetro. A cada saco aberto a população contava entusiasmada, até que depois de alguns bons minutos e emocionados discursos de políticos e figuras locais a água caliente despejada através de um caminhão pipa (destes de armazenamento de leite) que mantinha a água quente, começou a jorrar e levou mais um bom tempo até que ela começasse a cair na xícara, já estava preparado todo um sistema complexo de torneiras para servir a “todos” que aguardavam ( “todos” quer dizer: habitantes de brejetuba, + nós de fora) e eu apesar de raramente tomar um café iria saborear o maior café do mundo, quando veio a notícia de que iria demorar mais de uma hora para o café ser coado, quer saber, o frio e a noite que se aproximavam falaram mais alto e fomos satisfeitos para casa com o sentimento de termos participado de uma bela história!


Gilberto Granato

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