sábado, 19 de julho de 2008

Os ditadores


Um episódio esta semana me fez lembrar a ditadura. Tanto a política, quanto a imposta por alguns indivíduos ainda em progresso tardio na cadeia evolutiva social. A ditadura se classifica como uma forma de governo em que o poder legislativo e o judiciário se concentram no poder executivo. Este conceito ainda reina em alguns “Brasis” de nosso território só que de maneira uma pouco mais conciliatória e corrupta, portanto creio que ainda exista a “ditadura” na sua forma atualizada, contemporânea e ainda nociva a sociedade, afinal ela não tortura mais, mas deixa pessoas sem estudo, comida, ponte, casa, saúde ou insatisfeitas como eu.

Sou sócio de um clube que tem setenta e oito anos e sua história se confunde com a da cidade de Castelo, que tem oitenta anos. Freqüento o clube principalmente por causa da sua habitual pelada de terça, quinta e domingo e por achar que a prática esportiva melhora a qualidade de vida das pessoas. Planifico minhas tarefas para estar pontualmente antes do por sol para o habitual “pingue e pongue de futebol” (outra hora explico esta modalidade), que é realizado no centro do campo, serve como um pré-aquecimento aeróbico e antecede a primeira partida que é o clássico, pois reúne os mais assíduos freqüentadores e é imperativo chegar cedo para jogá-la.

Num dia destes um indivíduo baixo, pós-gordo, meio careca e que antes de assumir o cargo de Rei (presidente) era simpático, tomou a decisão de subsidiar o clube, que é patrimônio dos camponeses (sócios) sem consultá-los. O motivo era arrecadar mais fundos para o reinado (clube) e promover melhorias na corte (bebedouros chulos e piscinas faraônicas). A medida cedia o espaço para a escolinha de futebol do município, até aí tudo bem, sou a favor da inclusão social, das parcerias e por que não de um mundo melhor! Mas este ato afetou o pré-aquecimento dos soldados (jogadores), que não puderam mais executar tal atividade. E quem joga futebol, ainda mais se tratando de um clássico, sabe da importância de uma preparação prévia.

Poderíamos ter engolido tal medida da monarquia, sem mais delongas, só que o tom de voz e o poder ínfimo de comunicação do Rei ultrapassaram os oitenta decibéis permitidos pelo ouvido humano e não deu direito de voz aos súditos. Fiz um pergaminho (documento) reivindicando nossos direitos enquanto povo, mas o irascível monarca disse que tal papel não teria valor nenhum.

Isto prova companheiros, como é difícil escolher nossos representantes, onde alguns desfilam de cordeiros,mas estão prestes a virarem lobos selvagens, quando estão no topo da pirâmide, seja ela política ou social. Mão Tsé Tung, Joseph Stalin, Genghis Khan, Saddam Hussein, Augusto Pinochet, Jorge Videla, Getúlio Vargas, Arthur da Costa e Silva, Médici, Geisel e Cia e outros, tiveram a mesma vontade de centralizar seus poderes e ideais em detrimento da vontade e dos direitos da maioria. Uns fizeram mais ferimentos à carne da democracia que outros, mas as forcas, fuzilamentos, prisões ou mesmo o esquecimento e o medo os levaram as esquinas escuras da vida. Neste caso acredito que o nosso pequeno ditador se tornará o mesmo protótipo de atacante ruim, lento e sem pontaria de sempre.

Gilberto Granato

Um comentário:

Unknown disse...

Ditador (do Latim dictator) era um cargo político da República Romana, criado em 501 a.C., preenchido apenas em condições excepcionais, sendo portanto uma magistratura extraordinária. O conceito estava plenamente integrado no âmbito da estrutura democrática romana e não tem qualquer relação com os requesitos de um ditador moderno, que se encontra normalmente à cabeça de um regime autoritário. Apesar do nosso amigo ditador ter sido eleito democraticamente, assumiu após, o conceito contemporâneo de ditador esquecendo-se das bases que o elegeram.. Coisas de Brasil e por que não de políticos em seu conceito mais atual.