
Aqui no morro não tem traficante, padaria, bala perdida, vizinhos, asfalto, mas tem formigas. E Muitas! chegam de mansinho, em bando, voando, de diferentes tamanhos, cores e sabores. Sim sabores! Agente come de tabela sem querer no meio da comida. Aquelas que gostam do meu pão com manteiga de manhã, que já deixo pronto na noite anterior são uma delícia, mas as que eu gosto mesmo são aquelas bundudas (preferência nacional) que caem no meu copo de cerveja no fim de semana e dão aquele toque sutil de feromônio. Carne, pra que carne? Proteína aqui em casa (ou será que é delas?) é o que não falta.
Estão em todos os cômodos da casa. Eu achava que era só trânsitação, afinal de contas em volta é tudo mato, mas não. Agora começaram a fazer suas residências onde bem entendem e bem embaixo do meu nariz, ou melhor, bunda. Isto mesmo, fizeram um belo ninho embaixo do colchão aonde sonho com um mundo sem formigas no meu caminho todas as noites. E tava grande meu antenado leitor, minha empregada descendente de tamanduás é que achou. E também descobriu embaixo da TV na sala, nas tomadas, na dispensa, no estúdio (mas lá quem manda mesmo são as baratas), nas escovas de dente...
Já tentamos várias formas de combatê-las. A casa de material agrícola que vende estes inseticidas para formiga tem uma variedade incrível! Granulados, pó, gel, spray, pastilhas. Já usei de todos e todos paliativos e que já levaram uma boa fatia do nosso PIB doméstico. Aquele granulado então! Elas acham uma delícia! Veem todo o mês aqui em casa buscar é o “bolsa formiga”, isto é claro antes de levarem centenas de folhas do meu jardim.
Na verdade esta crônica é apenas um registro para o mundo todo ler, que se alguma coisa acontecer a minha integridade física ou a de meu filho ou minha consorte. Saibam que me sinto extremamente ameaçado por elas.
Se não voltar a escrever novamente.
Saibam que foram elas, foram elas!
Que praga!
Gilberto Granato é mirmecólogo
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