domingo, 5 de abril de 2009

100 CRÔNICAS

Pela primeira vez o cronista meia-boca Gilberto Granato de “O crotidiano” cede uma entrevista a um jornalista para celebrar suas cem primeiras crônicas, ou como ele mesmo gosta de chamar a sua “primeira meta”.

"São cinco da tarde. E bem na hora combinada chego com muita dificuldade a sua casa no morro da formiga, próxima ao centro da pequena cidade de Castelo interior do Espírito Santo. Cai um sereno, resquícios das águas de março e ele já esta a minha espera, camisa sem estampa, bermuda e chinelos havaianas, convida-me para entrar, sentamos na sua varanda rodeada de verde e que tem uma bela vista da cidade (agora prejudicada por uma casa de “pombos” em tijolos). Oferece-me água misturada com alguma coisa que não consigo identificar e começamos o falatório".

O que é a crônica para você?
É o que o Rubem Braga disse para diferenciar a crônica do conto. A crônica conta um caso o conto explica. Mas basicamente, a notícia é objetiva e impessoal já a crônica é subjetiva e muitas vezes pessoal como no meu caso que uso muito das vivências do dia a dia como inspiração.

Como a crônica surgiu na sua vida?
Na época de saúde na floresta, sempre que voltava das viagens tinha o hábito de escrever textos e mandar fotos das minhas aventuras no meio dos índios e acho que nasceu deste hábito, junto é claro com o de ler alguma coisa.

E esta história de Blog?
Na verdade eu e o Duda (Eduardo Ottoni escritor do “crônicas da floresta”) nos encontramos uma vez em vitória e tinha um vendedor ambulante de poesias indo de mesa e mesa, brincamos que um dia racharíamos um livro com crônicas (nesta época tinha escrito meu primeiro texto oficial “o conceito indígena”) mostrei para ele e um tempo depois em lá em Sergipe li um e-mail dele dizendo que tinha feito um Blog. Achei a palavra meio juvenil, baitola, achei que era coisa dessa linha de Orkut, Msn, sei lá...estas coisas fúteis de internet, mas não, vi que ali estava uma ferramenta importante de arquivo de material produzido além de estar acessível à todos deste mundo, hoje e amanhã.

E “hoje” como está?
Hoje estou muito satisfeito de ter chego até aqui, tinha isto como objetivo. Lia livros de cronistas e seus títulos: “cem melhores crônicas”, “cem crônicas escolhidas” e a partir disto o 100 virou meu objetivo, porisso o blog não tem nem a apresentação. Esta é a primeira conversa real do nascimento de “o crotidiano”. Lembro que no primeiro texto colocado no blog “o conceito indígena” achava o máximo! Mostrava para todo mundo, me achava já um escritor, hoje chego aos cem vendo que sou ruim, cada vez pior, com português pífio e com idéias chocas. Mas crônica é que nem filho, só agente que gosta mesmo.

E “amanhã” como será?
Mais calmo. Talvez demore bem mais tempo para completar mais uma centena. Esta idéia do número agora talvez fique menos importante. Mas tentar manter uma freqüência é importante para que a coisa não esfrie mesmo que ela fique ruim (é só pedir desculpas depois), afinal de contas, não sou remunerado para fazer isto, faço por prazer e para economizar com a cadeira do “divã”.

E Arawãkanto’i Tapirapé que às vezes escreve quem é? É você?
Não, não. Arawãkanto’i é um escritor também de meia tijela, que assina os textos mais ríspidos, pois o cronista não pode se levar a sério, perde a graça, fica chato, vira texto de jornal. De vez em quando ele aparece tipo cometa.

(Peço para fazer um pingue pongue rápido e depois de muita insistência ele concorda)

Um filme?
Cidade de Deus de Fernando Meirelles e a trilogia de Alejandro González Iñárritu e Guillermo Arriaga. (Amores Brutos, 21 gramas e Babel).

Uma música?
Duas. “Meu mundo é hoje” (Eu sou assim) Paulinho da Viola e “diamond sea” Sonic Youth

Um livro?
A vaca invisível de Edy lima. Me marcou.

Uma palavra?
persistência

Um lugar?
São Gabriel da Cachoeira não existe nada mais bonito, até agora.

Uma cor?
Vamos parar com esta porra! coisa de veado!

Tá bom! Uma palavra para seus leitores?
Se conseguiu ler até aqui, coloca um comentário aê embaixo porra!


Sthefanie Silva,
É repórter investigativa e já entrevistou grandes nomes do submundo planetário.

6 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns!
Vou fazer um gol para você!

Ronaldo fenômeno

Anônimo disse...

O meu querido!
È bom ver esta metamorfose elíptica com sabor de mandacaru na chuva da língua portuguesa....

Um axé!

Gilberto Gil

Anônimo disse...

Good Work!
Have a music for you on the next álbum!
see you...

Eddie Veeder (pearl jam)

Unknown disse...

Pemegari!!!
Vamos assar uma Tapira para comemorar!
O livro sai em 2010, não é?!
Agora a minha meta agora são 100.

ìndio Bororo

Otto Frossard Granato disse...

Agu!

Ju disse...

Parabéns pelas 100 belas crônicas, que venham mais 100 e o livro, é claro!!!