quarta-feira, 22 de abril de 2009

Vícios de linguagem

Caro leitor. O assunto é meio barra pesada, eu sei, mas deve ser apontado e encarado, pois é um problema evidente na cracolândia política, porém tratado como vidente pelos gestores do nosso dinheiro. O problema do vício. Que gera infrações ás normas lingüísticas há muitos anos e coloca em risco os jovens escritores deste país.

Vejam com seus olhos (opa! Já estou intoxicado pelo pleonasmo!) quais são os tipos de drogas mais utilizadas pelos políticos brasileiros atualmente:

O arcaísmo droga antiga, ainda esta presente no “terríbel” congresso brasileiro, que se utiliza de expressões e vantagens antiquadas para se darem bem, como por exemplo, o atual uso indiscriminado de passagens aéreas por parentes e “namoradas” de nossos representantes eleitos, para oásis do globo terrestre, com o dinheiro de nossos impostos. Que deixam pessoas caretas e sãs “mui” descontentes.

A ambigüidade, erva utilizada pela elite política brasileira também é bastante consumida principalmente nos discursos das pré-candidaturas e nas denúncias de corrupção em Brasília. É muito fácil identificar um usuário deste grupo, eles sempre falam “eu não sabia de nada”, gerando uma comunicação tridimensional, imprecisa e confusa com o povo brasileiro.

O barbarismo é a liamba usada aos montes por ser a mais comum e barata, portanto a mais utilizada pelos vereadores, que diariamente erram a forma das palavras, deslocam os acentos tônicos, erram a grafia por serem eleitos sem ao menos terem estudado o suficiente. E que acham o máximo empregarem expressões estrangeiras ainda não adaptadas ao idiotismo, ou melhor, idioma nacional, como forma de impressionar o bobo, ou melhor, o povo.

Os usuários do cacófato no momento de êxtase do uso destes comprimidos acabam proferindo certas palavras, que são interpretadas e redigidas por repórteres nos jornais, de maneira que as tornam, inconvenientes, descabidas, ridículas ou obscenas. Resultado da união de palavras vizinhas. Como Por exemplo, estes dias um senador da república quando perguntado se concorreria às próximas eleições presidenciais respondeu: Não tenho pretensões a cerca dela (“a ser cadela”, foi escrito no jornal e agora ele é chamado de senador cachorrão). Conseqüências desastrosas, eu sei. Culpa do vício.

O Eco é um “cheirinho” utilizado indiscriminadamente pelos acessores políticos. Que estão aos montes nos corredores de Brasília e sobrecarregam a folha salarial do congresso. E como não estão nem aí, ou melhor, lá. Só recebem seus salários no fim de mês para comprar a droga e escrevem rapidamente discursos, que são proferidos por seus patrões ao léu nas plenárias geralmente vazias, o que dá a sensação de eco, mas na verdade está na escrita deles. Veja só este fragmento retirado de um dos textos destes acessores: “o requerimento que enviamos naquele momento era o único instrumento de avaliação” percebeu? Ento... ento... ento... Os gatos pingados da plenária também sob o efeito da emanação acham que estão ouvindo ecos, mas na verdade estão ouvindo textos mal redigidos pelos consumidores deste poderoso gás.


Bem que já ouvi dizer que política é tudo uma droga!



Arawãkanto’i Tapirapé, é usuário de hiato e colisão.

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