Tenho um Bonsai desde 1997. Chama-se Pithecolobium Tortun, popular Tataré, jacaré, angico, jurema ou para os gringos apenas “Brazilian rain tree”. Eu até segundos atrás achava se chamar também “São Paulo”, mas aí fui ao “pai dos bobos” (que é o site de busca na internet e não o dos burros que é o dicionário) e ele não deixa pedra sobre pedra, ou melhor, nome sobre nome. Ganhei este exemplar de uma antiga namorada em um estacionamento de supermercado, imagino que o vendedor que honesto e bem intencionado, mas querendo dar mais um incentivo a sua venda, disse a ela que também se chamava “São Paulo” por saber através do papo de vendedor que se tratava da minha cidade natal, pois sou um capixaba paulistano, mas “aba” do que “ano”, por favor, e não Amazonense, Rondoniense, Mato-Grossense, como acham os traunsentes das esquinas Castelenses. E esta fiel árvore anã ao contrário de outras delicadas e sensíveis de sua espécie que existem por aí. É sinônimo de resistência meu botânico leitor.
Já enfrentou fuligem de cana, pó de minério de ferro, calor insuportável, mijada bêbada da madrugada dos companheiros latifundiários de república estudantil, a falta de podas, as podas erradas, as podas (sem trocadinhos por favor)... a falta de água, a água, águas de composições duvidosas, cochonilhas, pulgões, formigas, inseticidas, invejosos... Amarelou e perdeu as folhas por centenas de vezes, achei que ia morrer, virar história, pó, ia entrar pro grupo comum dos que “acham bonito”, mas sempre me surpreendeu e renasceu das piores situações e agora me inspira e inspirará os meus descendentes, que por sinal ainda anda sem dente.
Minha pithecolobium me faz lembrar Chiapas, Antônio Conselheiro, Tiradentes, Mather Luther King, Betinho, Zumbi dos palmares, Sandino, Lampião, Mahatma Ghandi, Nelson Mandela, Marcos terena, Jesus, Garibaldi, Simón Bolívar...
Me faz lembrar também que já faz muito tempo que não jogo um adubinho em suas raízes.
Vou ver se acho o dito cujo.
Gilberto Granato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário