Não estou digerindo bem a idéia e te explico iluminado leitor. Ando meio desconfiado de ONG (e olha que já trabalhei em algumas) e para não ser injusto com elas, das OG (organização governamentais) também. Acho que só para começar deveriam tirar a palavra “organização” que já está démodé e tem lembrando mais o terrorismo do que a sua constituição física propriamente dita. Também ando desconfiado de artistas bonitos de televisão e de suas reais intenções de apagarem as luzes no domingo. Mas não vem ao caso explicar mais sobre minhas suspeitas e assim alongar demais este texto, gastando muita luz e correndo o risco de ser processado por uma ONG de artistas.
Aqui no morro da formiga é um exemplo de ecologia. Não tem esse negócio de escovar os dentes de torneira aberta (eu escovo é debaixo do chuveiro bem quente e no máximo mesmo), tinha lixo seco e orgânico (acabou pois a organização dos roubadores de sucata levaram o cesto e a organização dos catadores de lixo seco não anda mais animada de escalar e enfrentar os perigos até aqui), separamos o óleo de cozinha (terceirizamos para os quiosques de praia fazerem suas frituras no verão) e ainda utilizo a energia nuclear para esquentar meu pão com manteiga todas as manhãs e outras boas ações que contribuem para a querida “pachamama”. Mas este negócio de apagar a luz durante uma hora, no domingo à noite bem na hora da minha depressão pré-segunda? Não tá me contagiando não!
Porque sem luz já fiquei muito no pouco que vivi. Quando morava em regiões remotas do país. Passei bons períodos no escuro em que a cidade só tinha energia a cada três horas, por três horas isso durante todo ano, soma-se a falta de luz habitual de cidades do Brasil adentro que já vivem contribuindo com o apagão e evitando o aquecimento global há muito tempo, sem falar no período em que ficava por trinta dias no meio das samaúmas ou dos pequizais a base de vela ou algum candeeiro encantado. Se somar o tempo que fiquei sem luz, já tenho superávit primário de contribuição e talvez já possa ser reembolsado pelo infortúnio dos breus por que já passei. E quem sabe receber desta carismática ONG um checão no valor correspondente a minha cegueira e se possível das mãos de alguma artista bonita destas de telenovela, pode ser da novelinha dos adolescentes da tarde mesmo, sem preconceito, aí a idéia ia colar, ou melhor, decolar. È só inventar a fórmula de conversão, estou esperando, aguardando, contanto os minutos. Quem sabe eu não seja o piloto deste novo projeto.
Agora, apagar meu domingão à noite?
Neca de pitibiriba!
Viva a luz!
Arawãkanto’i Tapirapé.
(o último que ler apague a luz, por favor)
Arawãkanto’i Tapirapé.
(o último que ler apague a luz, por favor)
2 comentários:
Aí Gil, adorei a parte que vc fala que separa o óleo de cozinha para mandar pros quiosques fazerem as frituras no verão.
Beijão Michele!!!
Não se esqueça de que também já dei minha contribuição. Se quiser posso até vender meus créditos energéticos na bolsa de valores como créditos de carbono.
Como lula diz: Luz para todos...
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