segunda-feira, 13 de julho de 2009

O exterminador de livros

Eu já sabia que ia dar nisto. To lendo meu jornal, o que é de costume nos finais de semana e começo a ler uma matéria, que diz que a partir de agosto, no começo do ano letivo nos Estados Unidos, os alunos da Califórnia vão substituir os livros nas mochilas por equipamentos eletrônicos. E de onde saiu a fagulha desta combustão toda? Mister Arnold Schwarzenegger é a resposta (que se você tirar um “w” um “e” ou um “g” do nome não faz falta não, pelo menos para nós brasileiros). Foi aí que caiu a ficha. Naquele filme “o exterminador do futuro” tenho certeza de que vi em uma cena daquelas, colocarem um “microchip” (que hoje já deve ter outro nome) na sua carcaça e porisso já a um tempo, o “miss universo” age sob o comando do partido republicano americano, afinal como é que pode um brutamontes de sunguinha virar governador de um estado, se fosse no Brasil eu até entenderia, pois tem muita gente só de sunga por aí, com muito mais vontade política que senhores de gravata, mas esse negócio de “microchip” também deve ter contaminado muita gente por lá, tipo esta gripe suína, que anda proliferando pelo mundo. E fizeram a turma do tio Sam esquecerem as diferenças entre Brasil e Bolívia, vide o senhor Arnold.

Mas olha só, logo aqui em baixo. Tem a foto de um adolescente cheio de espinhas, dizendo que carrega mais de 30 livros no seu i-phone (que juro não sei aonde fica) e ainda diz que tem a vantagem de poder lêr no ônibus indo para a escola. A tá! Quer dizer que a partir de hoje os nossos jovens vão chegar em casa pedindo: smartphones, e-readers, e-books, e-meudeusdocéu o que que é isto! Para a partir de agora começarem a ler na frente de um computadorzinho, dentro de um ônibus lotado e chocalhando? Esta história meu sábio leitor não está colando comigo não. E estou preocupado com esta evolução toda e a nossa relação com as próximas gerações, pois o máximo que creio que vou atingir nesta cadeia evolutiva neste século, será este meu blog (e um gravadorzinho de mão que ainda quero). Agora deixar de comprar aquele livro, com capa, arte, prefácio, dedicatória, posfácio, marcador etc... E abandonar a leitura na cama ao lado da consorte, na rede olhando para a caranã, no sofá nas segundas em meio aos comentários de futebol, de tê-los ali na estante a uma garra dos que estão e virão, para ficar na frente do computador, não acho que seja um bom exemplo, o computador é muito atraente e útil, mas isola e tem muita besteira pra desviar a atenção.

Já estou até imaginando meu filho saindo de casa e o pai preocupado perguntando:

- Aonde vai meu filho?
- To indo ler um livro de Machado de Assis até chegar na casa de minha namorada!



Gilberto Granato
(gostou mesmo foi de "Conan o bárbaro", na televisão logicamente).

5 comentários:

Rodrigomau disse...

É cara...é a tar modernidade...Aqui em casa,tento manter a moda antiga, a Yasmin já tem uma pequena coleção da turma da mônica. Como no nosso tempo...não sei até quando ainda venderão gibis de papel...

abração brodin

Unknown disse...

Ontem mesmo eu briguei com a pseudointeligência do meu computador e usei minha pseudoemburrecência para quase quebra-lo. Ao em vés de limpar as memórias com alcool isopropílico ou limpa contato eu usei um óleo muito parecido com o limpa contato e até agora não sei se o meu computador irá funcionar de novo... É a tal da evolução tecnológica!!!! e eu involuindo!!!

oca maluco disse...

o dificil será não ter o dedão preto da tinta do jornal...chumbo puro,horroroso, mas tri-bom; hoje estou aqui todo intoxicado, saudoso, como era bom o meu veneno, aliás, jornal.
Que nossos filhos leiam, seja monica, caras, vargas llosa, horóscopo, pornografia. Mas leiam

oca maluco disse...

by-the-way, como é que tu consegues estas figurinhas de canto de página, que nem esta do robozão aí?
Eu queria tanto uma da bunda da juliana paes, numa cronica de gastronomia.
Avisa aí, como?

Anônimo disse...

é meu amigo, agora tem o audio book, nem precisa ler, é só escutar!
onde vamos parar com essa tar tecnologia!

Um abraço

Rodrigo França