terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Bicho estranho

É noite. Chego cansado do primeiro trabalho. Minha esposa esta cansada do trabalho de Mãe. Tomamos banho e sentamos em frente à TV para conversarmos sobre o dia e admirarmos o nosso pequeno mamar. Hoje entendo bem a expressão “Quem não chora não mama”. Está tudo perfeito, um ventinho fresco, os pés para o alto, de pijamas, do jeito que o corpo gosta. É quando entra um bicho estranho pela varanda, parecido com o barbeiro, só que anatomicamente mais maquiavélico, com pernas longas, corpo com pintas laranjadas, antenas compridas, corpo delgado e com uma força incomum aos voltívolos insetos, começou a dar cabeçadas hostis no teto. Olho minha esposa de rabo de olho e sua expressão de apreensão é evidente:

- Esse bicho pica!
- Não, é só bicho de luz.
- Ele pica!
- Não, não faz nada não.
- Uma vez eu tava no banheiro e ele me picou, e doeu!

(pausa para reflexão)

Após muitos sobrevôos kamikazes ele finalmente aterrizou entre as persianas e ficou quieto. (Alguns minutos se passam) Minha consorte não para de olhar para a cortina, acho que não vai ter jeito. Capturar um animal daquele pedigree àquela hora da noite e nas alturas! Não estava no cronograma de repouso de um dia de batente. Levanto, pego o tapete da varanda que estava no chão e planejo um golpe preciso, não poderia errar sob o risco de ele investir novos rasantes suicidas mais próximos da minha família. Concentrei, mirei, respirei fundo e com um golpe decisivo ele veio ao chão, peguei-o pelas antenas e o coloquei no fundo do vaso de planta. Agora este desavisado invasor vai virar adubo.

Quer saber?

Ecologia também tem limites!



Gilberto Granato.

Um comentário:

Unknown disse...

Vejo muitos parecidos com este aqui na aldeia e geralmente viram alimento dos morcegos que comem seus corpos deixando a cabeça e as antenas espalhandas na minha cozinha e área de serviço. Não creio que ele pique, mas se picar, só vai se vc pegar na mão e apertar ou tentar tacar um chinelo nele. Ainda bem que acertou cacique!!!!