sábado, 19 de dezembro de 2009

Ivete sanghalo

Recordei meu leitor. Recordei. Do dia em que estava em uma festa, que já transcendia a noite que lhe é peculiar. Era estudante deste meu primeiro ofício. Devia estar com aquela expressão de quem troca as férias nas montanhas frias, pelo carnaval nas ruas de Olinda. E como bom folião, estava à procura de uma fêmea que me completasse, não por completo como as consortes, mas que resolvesse a situação por hora e sem pagar, pois o dinheiro era curto! Nunca fui de avançar no sexo oposto. Sempre esperei a hora certa. Que quase sempre era a errada. A fêmea se cansava, ia embora por causa da carona, ou só pra me ver arrependido atendia aos apelos de algum rival qualquer. Sempre foi assim, primeiro vinham os amigos, depois as “amigas”...

Neste dia fui premiado. Coisa que não acontece todo dia, como todo apostador sabe. Na minha escola tinha uma menina, ou melhor, mulher, mulherão! E que mulherão! Tinha semelhanças físicas com a cantora aí do título, mas tirando a fama de lado, era superior em qualquer quesito da beleza coloquial. Alta, cabelos morenos, pernas torneadas, os amigos a chamavam nos bastidores carinhosamente de “cavala”, pois é, uma cavalona! Bundona, seios fartos e intumescidos, que abrigavam os sonhos de milhões. Boca carnuda, cílios avantajados, um templo da perdição, um maracanã lotado, uma pororoca estrondosa que fazia barulho em qualquer canto que chegasse. Inatingível!... Era destas difíceis, difícil mesmo! E que tinha um defeito, a sua preferência amorosa. Geralmente por nanicos de cabelinho cortado toda semana, que andavam em carros da moda rebaixado, metido a brigões, que ficavam de vigília e com os pais dando condições para um ótimo presente depois de uma briguinha boba.

Mas sempre achei nesta vida, que mulher gosta mesmo são dos homens que são homens, ou como já disse em outra crônica do “omi que é omi”, que fica com a barba grande, que toma todas com os amigos e se esquece delas, que é capaz de surpreendê-las com algo que elas nunca esperariam, sem precisar usar o cartão de crédito. E que as façam sair da rotina de vez em quando, bem diferente, destes que tem por aí... Mulher gosta mesmo é do Paraguaio Legítimo! Pronto é esta a definição, Paraguaio Legítimo. Mas voltando ao desfecho da história. Meus olhos bateram certinho com os da Ivete, até aí tudo bem, o pior foi que os dela brilharam no meu, meu leitor. Sinal verde, coração acelerado, tambores em ação! Era o dia do triunfo, a maior volta ao mundo já dada, o golaço no ângulo na prorrogação. Fui até sua direção, tava tudo certo, alvará, passaporte, saco de dormir. Não precisaria nem falar nada, que nem cinema mudo, era só chegar e beijar a mocinha cavalona e seus lábios carnudos. Mas aí apareceu o vilão... O nanico que de longe vigiava a tudo. Era o “ex” dela, ferido, chorando, rastejando, com as asas quebradas. Acabou o clima. Ficou para uma próxima reencarnação.

Voltei para beber com os amigos.

Poderia estar ferido, rastejando, com as asas quebradas por aí...

Foi um bom resultado.



Gilberto Granato

2 comentários:

Anônimo disse...

os seios nao eram fartos, mas era cavala...
e irmao, vc vacilou feio...rssrrs
jason

Unknown disse...

Isto me fez lembrar te todas as mulheres gatas que eu namorei na faculdade...ahahahahahhah
cronicasdafloresta