
Era daquelas que matava galinha com as mãos, catava piolho com os olhos e não perdia um programa Silvio Santos. Não conhecia os palavrões, os cochichos e o outro lado do mundo. Mas conhecia a praia. E adorava. Ia cedinho para evitar o sol quente, caminhava com seu fiel companheiro pela areia, até que a lembrança a fizesse voltar para iniciar os rituais do almoço. Ato sagrado. Podia ser um quiabo, um tutu ou um angu, não importava era tudo bão! Depois, oferecia quase como súplica a sobremesa generosa, não dispensava um repouso, que podia ser na cadeirinha de palha da varanda e um gracejo com os netos. Tinha cheiro de avó, cabelos de vovozinha, atitudes de vó. Minha vó, foi daquelas que fez tudo certo. Deu seu belo exemplo de vida para que os mais atentos se espelhassem. Deu amor e carinho a todos. Deu sem querer nada em troca.
Certo dia achou que já era hora de largar a cadeira de rodas, o egoísmo do cotidiano e a falta de tempero das cozinheiras contemporâneas e foi descansar. Talvez em alguma aldeia indígena dos seus antepassados, cheia de indiozinhos magrinhos para ela poder ficar o dia inteiro por conta deles.
Descanse em paz minha avó querida!
Que Deus a tenha.
Subscrevo-me
Gilberto Granato.
Um comentário:
Gilberto ( nome forte como sua vovó o chamava ) para nós, Gil.
Não tenho palavras, apenas, obrigada pelo carinho.
Um grande abraço, beijos!
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