quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Sharapova

Fiquei alguns minutos a ver uma partida de tênis feminino. O jogo em si é bem ruim (com eufemismo, por favor). Mas o que mais me prendeu àquela perraria, foi a russa siberiana jogando. De vestidinho rosa-lilás com detalhes em verde, combinando com o chapeuzinho, dá pra ver que a produção ia além daquela gritaria toda pra lá e pra cá. Cara de menina, semblante de mulher, corpo transcontinental, olhar menchevique, cabelos loiros bem amarrados. Se fosse uma mais desprovida da beleza não dava o mesmo ibope, não tinha revolução. Não consegui ver o seu sorriso um só instante, o jogo estava difícil, suado, torcida contra, estádio lotado, apesar de ser adepto do “fair play” impossível não olhar para o levantar de sua sainha cor de rosa a procura do estreito de bering a cada saque, porisso abusou dos segundos serviços, sabe que tem audiência, só não contava com alguém vendo e escrevendo sobre isto daqui do interior do Brazil, onde não há quadra de tênis, não se toma vodka e as ruas são de terra.

Do outro lado uma americanazinha cara de barbie. Não sabe aonde fica a Rússia, menor de idade não liga pra audiência ainda. Devido a este fator, dispensarei meus comentários esdrúxulos, deixa ela entrar no ranking primeiro (sem duplo sentido por favor), aí eu analiso melhor. Fez questão de dificultar o jogo, torci pra ela, como é normal do ser de bem torcer pelo mais fraco. Mas a minha atenção era toda Prussa, ou melhor, Russa, apesar do grande território. Mas depois de vinte duplas faltas (coisa que nunca vi em uma partida), um monte de erro não forçado, passadas (de todo o tipo), winners de devolução a vontê e aquela cabeça baixa da derrota no final, a coisa muda meu leitor. O negócio fica bizantino, ou melhor, bizonho. Confesso que todo aquele meu entusiasmo russo do início de jogo, se esvaiu rapidamente com o seu fim, minhas costas quentes no sofá de tanto ver desacertos, dariam até pra derreter uma geleira siberiana.

Quer saber?

Aquele anônimo desprovido da beleza que inventou o termo “Beleza não é tudo”.


Tem razão.




Gilberto Granato é comunista, de vez em quando...

Um comentário:

Unknown disse...

Vê se olha direitinho para o lado quando for olhar a Perestròika da sharapova, se não a Mitian pode te dar com a Glasnost na Kabeça e aí tu vais ficar com a careca igual a do Gorbachev.


Se cuida “tavaristch” (camarada)! ...