sexta-feira, 5 de junho de 2009

Anjo da guarda

Anjo da guarda segundo as crenças cristãs. Deus envia no dia do nosso nascimento para nos proteger durante toda a nossa vida. Ontem eu vi a do meu filho (pois aqui em casa quem protege os homens são as “anjas”) fazendo o seu trabalho direitinho. E a noite sob os lençóis de inverno eu vi a minha que há muito tempo não me topava. Mas deixa eu contar a primeira aparição.

Tudo aconteceu porque este benfeitor ainda em evolução cromossomial, por pouco não degola os dois pequenos e lindos dedos da mão do meu farofa. Já que, tentando sincretizar os fundamentos da biomecânica (sim “bio” tem vida no negoço!) do funcionamento dos carrinhos de passear, com o ato de fornecer um inofensivo suco de tangerina, acabou mexendo em uma alavanca (que deveria ter um adesivo colado “proibido para pais”), que acionou o degolador de dedos (dispositivo não mencionado na embalagem) que fez partir os quatro septos do coração deste pai vagabundo, inundando seu coração de remorso. Mas foi ai que entrou em cena a sua “anjinha”. Uma bela menina, de cabelos claros e olhos castanhos iguais ao seu, que prontamente surgiu e começou a assoprar o seus dois dedinhos, que em resposta começaram a inflar novamente e a se ruborizaram de vida, graças a Deus.

Mais tarde, já na cama. A minha que andava sumida há algum tempo reapareceu. Dá última vez que nos vimos, foi quando cortei o meu pé em uma festinha de faculdade, de lá pra cá, disse que eu não precisava mais dos seus serviços, já que nem as jararacas venenosas dos igarapés do rio papuri queriam minhas canelas. Então fiquei assim, um bom tempo sem “anja”. Mas aproveitou a brecha e voltou, e voltou mudada. Cabelos mais compridos, salto alto, com meias transparentes que terminavam nas suas coxas tonificadas pelo tempo, um short curto branco apertadinho tipo de ginástica, que mostrava a silhueta da pequena calcinha, Silicone nos peitos (só podia ser), cintura fina, bunda arrebitada, uma belezura! pensei: “vou me dar bem” (com anja não é pecado). Foi quando entrou um cara na jogada, pegou-a pelos braços e sumiu de meus sonhos...

Era Nelson Rodrigues.


Gilberto Granato.

2 comentários:

Unknown disse...

Se não fosse Nelson Rodrigues seria o Oscar!

RODRIGO M.FRANÇA disse...

é Gilberto, pelo visto esse cara era um anjo mal...ou não?

ok!