terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Bolsa de muié

A bolsa é um objeto antiguíssimo. É tão antigo que não sabem precisar bem a sua origem. É citado na Bíblia, no livro de Isaías, está em pinturas rupestres de povos primitivos. Isto porque as civilizações pré-históricas eram nômades e precisavam inventar um objeto que auxiliasse na locomoção de seus pertences, portanto quem a inventou não foi gênio, foi um inventorzinho barato, de meia tigela, um complicador de uma figa. Quando fez não tinha noção dos problemas que iria causar a humanidade.

Veja bem, já começa pelo nome, tudo que tem o termo “bolsa” dá problema ou foi causa de um problema, por exemplo: Bolsa de valores, Bolsa família, bolsa embaixo dos olhos e a pior de todas: a Bolsa de Muié. Quem é casado ou convive com a muié (outro objeto, ou melhor, ser que causa complicação) sabe do que eu estou falando. Ultimamente quando pergunto a minha esposa onde está um artefato qualquer, por exemplo, uma simples chave e ela responde: Na bolsa! Meu amigo começo a suar, uma falta de ar súbita me aflige, meu humor se esvai pelas frestas das portas e meu instinto darwiniano de homem sofre sérias avarias. Sem falar na outra situação de temerariedade que é quando ela diz: segura aqui só um pouquinho! Não existem adjetivos para explicar o que vem depois.

Um dos fatores complexificantes (que palavra!) é que quando o homem começa a se acostumar com a bolsa, por exemplo, minha muié no momento está usando uma de couro cheia de argolas enfiadas nas bordas não sei para que, talvez virem pulseiras em uma situação social de risco. Ela ainda pendurou uma espécie de móbile no início da alça, que me complica na hora de abrir o zíper, isto quando eu o acho. Dentro é recheada de compartimentos secretos e confidenciais. Dia destes aprendi onde fica o celular (outro objeto complexo do qual ainda não aprendi a usar), no início até eu o encontrar, a chamada já tinha terminado e tínhamos que retornar a mesma, causando diminuição do PIB doméstico. Mas voltando ao início do parágrafo, logo agora que já estou me afeiçoando com a atual, ficando amigo, já até carrego nos ombro de vez em quando para passear, para uma idazinha ao WC, daqui uns dias vai ser trocada por outra da nova ou velha moda, por quê? Mas porque mulheres? Aí teremos que nos esforçar novamente para desvendar seus mistérios, descobrir os seus ocultos, entender suas alças, o jeito de abrir, as cores inovadoras e isto demora muito meu fadigado leitor, não é de um dia para o outro não, requer paciência, seriedade, humildade, para você não correr o risco de ficar sem a muié, pois aí é que o negócio complica mesmo.

Quer saber, sorte mesmo é dos Cangurus machos que não têm que carregar as bolsas de suas fêmeas!

Peraí minha muié tá me chamando....

Tchau...


Gilberto Granato

2 comentários:

Unknown disse...

Aliás a dívida externa provocada pela bolsa a qual provoca um rombo no PIB, não se refere somente aos retornos dos celulares. A própria bolsa já é um prejuízo ainda mais a de couro, caríssima além de antiecológica.
A bolsa já pode ser considerada um apêndice móvel da mulher e já vi a minha "muié" saindo com uma sem nenhum artefato dentro. Fato raríssimo mas curioso. Pra que uma bolsa se não vai carregar nada>>>>

Anônimo disse...

Não adianta tentar entender o que não tem explicação, o negócio é aceitar e se conformar.
Beijão, Gil
Michele!!!