quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Corpos celestes

É impressionante a ciência não. Quando menos se espera, lá vem ela com uma nova descoberta. Pode ser uma vacina, um parente das cavernas, um eletrônico difícil de usar, um peixe cego do fundo dos oceanos ou uma nova receita sagrada para o bem estar dos seres humanos. Mas confesso que fiquei intrigado com a últimíssima novidade, que pasme, vi ontem no telejornal. A de que foi descoberto um novo anel quase invisível em saturno.

Há muito tempo não se ouvia falar de saturno. Saturno nunca fez parte do happy hour, do almoço de domingo, ou dos casais apaixonados que sempre preferiram a lua. Que me desculpem os astrólogos, mas os próprios cientistas só se preocupavam com marte, teve até robô indo lá incomodar a sua atmosfera, mexeram com plutão também, desclassificando-o como planeta anão, uma senhora injustiça, mas saturno? Andava trancado a sete chaves, só se tinha tempo para falar de crise mundial, do que estava por baixo do bigode (com vários sentidos, por favor) do presidente do senado e da seleção canarinho, que é sempre notícia independente da nuvem cósmica. Mas saturno? Foi demais, como é que tem gente neste mundo, que se preocupa com este planeta gigante, que de tão longe e difícil de ver, só agora conseguiram encontrar o seu anel também gigante (o que era presumível), que ficou lá quietinho no anonimato, por mais de 400 anos desde a invenção do telescópio?

Teve gente que se espantou com a demora, veja só! Mas graças a mudança do ponto de vista dos astrônomos e a falta de pressão da desatenta sociedade civil, fizeram com que tivessem bastante tempo para esta magnífica e instigante notícia de meio de semana. Dizem que agora animados com o feito, vão importunar outros planetas ainda mais, na busca de algo novo em pró da ciência. Confesso que fiquei surpreso meu leitor. Não é possível que nas minhas conversas com os amigos, familiares e traunsentes não tenhamos mencionados saturno entre um gole e outro. A última vez que proferi esta palavra foi na escolinha, onde a professora nos obrigava a decorar a seqüência dos planetas por ordem de distância do sol. Será que mercúrio ainda é vivo? Com este sol do jeito que está? E Vênus? Que dá nome ao vestuário masculino, Júpiter? Minha nossa! Já devo ter mandado alguém pra lá (com educação, por favor), Urano e sua cor azul esverdeada, Netuno, que tem nome de Deus romano dos mares e Plutão que jamais será esquecido e que será lembrando por toda uma carreira de sonhos infantis, já que agora não faz mas parte da ordem dos planetas (sorte dele que não será mais importunado por nenhum cientista, professor ou escritor).

Boas lembranças da época em que a distância entre mercúrio e plútão...

Era de um quarteirão!

Coisas do sistema solar.



Gilberto Granato, tem um telescópio em casa que há muito tempo não vê a lua.

Um comentário:

Unknown disse...

Boa rima no final... Me lembrou dos tempos de infância.
Me empresta o seu telescópio...