
Mas tinha a obrigação ética de escrever. Afinal, tinha prometido para mim mesmo e para o São Fransisco sem nariz que fica lá na churrasqueira (que não falha), que não passaria um mês sem escrever no mínimo quatro textos, o que daria uma média de um por semana. Que é o mínimo que um escritor fajuto, cheio de chavões, falhas na pontuação e que leva cinco minutos para chegar ao trabalho, pode fazer pra continuar mantendo os grandes escritores grandes. Já tive uma boa fase. Foi-se a época, em que este blog (não gosto desta palavra, mas foi inevitável) vivia sua fase áurea. Bons tempos aquele em que era a página inicial deste computador. Agora fica perdido, acanhado, de cabeça baixa, no máximo figurando na barra dos mais procurados, bem ali, entre o site do banco e um esquisito e pitoresco “baixaki”. Não ter assunto, pode ser porque não moro no Acre, ou talvez não tenha casado sete vezes como Vinícius de Moraes, ou talvez por não ter nascido em Itaparica como o João Ubaldo, ou não ter a careca e a elegância do Veríssimo, ou quem sabe só porque por preguiça não tenha ido beber da mesma fonte que o Rubem Braga, que fica bem pertinho daqui. O bom de não ter nada pra escrever e de ter o compromisso de escrever, é que é tudo rápido, não passa do segundo parágrafo, se não já é sacanagem com o leitor. E faz com que alguém finalmente possa chegar até o fim, pois se texto grande fosse bom, no jornal teria a sessão de contos, ao invés de crônicas.
Então fica assim. Com este título em inglês, meio miami, meio copacabana, de um belo filme que vi neste fim de semana. Que é bem propício pra quem precisa sair da rotina e subir uma montanha por aí. Assim como aqueles meus amigos da escola, que mais tarde tiveram que ser resgatados pelo diretor e pelo corpo de bombeiros, devido a grande chuva que caiu.
Gilberto Granato, assistiu a into the wild (na natureza selvagem-2007) só porque o Eddie Vedder fazia a trilha sonora e porque o Sean Penn era o roteirista e diretor, e se deu bem.